Estratégia de poder da extrema direita

 


Os 121 mortos no Rio superam Carandiru. Não foi um combate ao narcotráfico. Se o Comando Vermelho continua operando, se os fuzis serão repostos, se as divisões serão substituídas, os chefes mortos têm substitutos imediatos na hierarquia de comando da facção e 121 morreram sem resultado. Foi combate ao crime ou estratégia política?

Seis sinais provam que tudo isso é parte de algo muito maior:

1 - O tripé de 2018 colapsou. A Lava Jato foi desmoralizada, os militares desgastados e as Forças Armadas não estão mais com o bolsonarismo. Evangélicos se fragmentaram e líderes fariseus foram desmascarados. A extrema direita precisa de uma nova base de poder.

2 – Eles acharam o modelo Nahyb Bukele (foto), de El Salvador, autoritário com 90%  de aprovação. Prendeu 70 mil pessoas sem julgamento, bolsonaristas elogiam abertamente.

3 – Os filhos de Bolsonaro chamando o narcotráfico de terrorismo, porque o terrorismo permite suspender direitos, como fez Bukele.

4 -  Governadores bolsonaristas criando o gabinete paralelo na República: Cláudio Castro, Tarcísio de Freitas, Romeo Zema, Ronaldo Caiado e Jorginho Mello contra o governo federal.

5 – A nova base de poder são as polícias militares, organizadas, hierárquicas e armadas. “Continue orando”, foi a última mensagem do PM antes de morrer, que será transformada em símbolo político. Isso é instrumentalização.

6 – O real é a população pobre e os avanços das posições democráticas e progressistas. Dos 121 mortos, 117 eram civis; mais de 150 mil pessoas traumatizadas e o CV, intacto. Tudo isso tem um destino: 2026. Vão criar mais crises, mais mortos e construir uma candidatura Bukele brasileña, e a plataforma: limpar o Brasil como Bukele limpou El Salvador...

Ou seja: prender e matar antes de julgar. 

Estado de exceção, megas prisões, militarização e a população com medo, acuada. A operação no Rio não foi sobre narcotráfico, foi a primeira grande peça de um projeto autoritário, como modelo importado com base de poder definida e data marcada, 2026.

Vejo muito sentido no vídeo de Nésio Fernandes, médico sanitarista, com seu alerta, acima, sobre os visíveis sinais de risco à saúde de nossa democracia. Castro já anuncia novas dez operações de matança no Rio de Janeiro. Porém, vejo a união dos governadores como um sinal da fragmentação da extrema direita. Todos ali estão de olho na presidência...

Outra coisa, com a prisão próxima de Bolsonaro o bolsonarismo agoniza, trata-se da extrema direita em ação.

Comentários

  1. O Facebook continua me sabotando a não permite que eu envie meu post aos mais de 40 grupos dos quais faço parte

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  2. Fica claro que para esses políticos dá direita, o povo não importa só importa o poder, para roubar e montar uma base política forte o suficiente para foubar por gerações.

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  3. Abisaí Leite
    Trata-se da lógica empregada pelos extremistas tupiniquins. Ai vem as famigeradas "pesquisas" eleitorais do plano imediato, calculando os possíveis recados que serão dados pelos eleitores ainda no primeiro semestre de 2026. Mas, pela "teoria dos jogos", caso não encontrem um cenário profícuo, o centrão migra em apoio aos atores mais viáveis em direção ao PT. Lula será reeleito com ampla maioria, pelos resultados que serão apresentados à população "inorgânica". Claro que vai depender do tempo a ser empregado. A conferir!

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  4. Carlos Minc
    😟😟🫩🫩🤔🤔
    💪🏾💪🏾💃🏿💃🏿🙏🏼🙏🏼🌏🌏💥💥🚴🏽‍♀️🚴🏽‍♀️🦋🦋

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  5. Quem é este cidadão barbudo do link em tela, será algum parente próximo do Lula-ladrão ou membro engajado do PT, ou mesmo um aliado ou cúmplice petista ou comunista, quadrilheiro da esquerda do Brasil??? Quem pergnta quer saber!!!

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    1. Acho que vc anda enganado de ladrão, o maior deles, Bolsonaro, está prestes a ver o sol nascer quadrado. Recente delação de Mauro Cid revela que seu pai vendeu as joias roubadas pelo inelegível por mais de R$ 400 mil. Fora o desprezo que ele tratou as centenas de mortos pela Covid. Não teve competência nem para dar um golpe!

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  6. Neuza Ceciliato
    Excelente análise do momento político brasileiro.

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  7. Carlinhos Fernandes
    Professora Celina Côrtes, um elemento a ser juntado à sua magnífica coletânea de indícios de autoritarismo é a proximidade (ou promiscuidade) entre setores das PMs estaduais e a Igreja Universal do Reino de Deu. Membros das forças têm sido constrangidos e participar de reuniões de doutrinação nos templos. Sabendo-se o caráter da Iurd e a instrumentalização de corporações militares pelo caldo "direita-bolsonarista-religiosa-armamentista", dá para avaliar o ovo de sucuri que está sendo gestado...

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  8. Só uma retificação: nunca fui professora, categoria profissional que admiro muito. Sou jornalista e escritor, ao seu dispor!

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