Prisão pode sair a qualquer momento

 

A Primeira Turma do STF já tem maioria pela prisão de Bolsonaro em regime fechado, falta apenas o voto da ministra Carmen Lúcia. E mesmo que a decisão de Alexandre de Moraes seja pela prisão domiciliar - a Papuda tem hoje 7.682 presos - o correto seria ele cumprir pena em seu apartamento, e não na mansão com piscina de 400 m² onde está.

Paga com dinheiro público.

Segundo a colunista Malu Gaspar, o destino deve começar pelo batalhão da PM dentro do complexo penitenciário da Papuda, a Papudinha.

E essa tese de que ele ficaria apenas uma semana no presídio não se sustenta. Para isso, a base da defesa é o caso Collor, ou seja, também um ex-presidente que por motivos bem distintos foi parar no Presídio Professor Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió. Por apenas uma semana. 

Isso porque sofre de Parkinson, doença incapacitante que compromete a mobilidade, a autonomia e a qualidade de vida durante sua dolorosa evolução.

Só que, no que depender de Alexandre de Moraes, as tentativas da defesa de amenizar a punição a seu cliente não vão dar certo. Ele“terá um piripaque”, dizem seus advogados, o que o ministro vê como chantagem. E, segundo a Revista Fórum, Moraes poderá até exigir que a avaliação médica do réu seja realizada por uma equipe independente.

Os ministros da Primeira Turma ouvidos pela Revista Fórum não ficam atrás. Flávio Dino e Cármen Lúcia também não estariam dispostos a ceder a essa manobra só para equiparar o réu ao outro ex-presidente. O ministro Cristiano Zanin não chegou a ser ouvido, três, porém já fazem maioria.

O inelegível foi condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de estado – causa pétrea da Constituição.  Enquanto a pena de Collor, de oito anos e dez meses, deveu-se a corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ambos são criminosos, com pesos distintos, porém. Além disso, Collor tem 76 anos, e Bolsonaro, 70.

Os problemas de saúde do capitão vêm das lesões intestinais causadas pela facada, que podem gerar obstruções. Só que os presídios do país são cheios de pessoas colostomizadas (que usam bolsas de colostomia fora do corpo, como ele chegou a usar no início), sem falar em amputados e cadeirantes.

Talvez  Bolsonaro nem tenha tempo para receber as visitas de Claudio Castro e Tarcísio de Freitas, que aguardam a autorização de Alexandre de Moraes.