Starlink dança e Musk surta

 

O que acabamos de ver, o bilionário Elon Musk atacando o ministro Alexandre de Moraes, ecoando a voz internacional da extrema-direita, pode ser a parte visível de uma distopia. Possível, mesmo que improvável.

Cena 1: Os militares norte-americanos deixam claro a seus pares brasileiros que não vão aderir a um golpe. Enquanto isso, as redes sociais – Facebook, Instagram, Linkedin e X -, expressões culturais-financeiras do Tio Sam, calam-se diante da avalanche de fake news que estimulam a ruptura.

Cena 2: Mark Zuckerberg, com seu estilo de bom moço low profile, hesita em aderir à campanha protagonizada pelas redes sociais para manter países subdesenvolvidos submetidos a uma neo-colonização. Elon Musk mergulha de cabeça.

Cena 3: A campanha só esquenta no início da segunda década dos anos 2000, quando já se sabe que o maior salto tecnológico se dá pela comunicação. São selecionados para seus braços nos EUA Steve Bannon, Donald Trump e Olavo de Carvalho. No Brasil, o candidato modelo é o capitão.

Cena 4: Apesar do terrorismo que se sucede à eleição de Lula, mais uma vez as redes fazem vista grossa às convocações e a toda a movimentação da extrema-direita para derrubar o líder petista. Com Trump, o ápice nos EUA acontece em 6 de janeiro de 2021. Aqui, no 8 de janeiro de 2023.

Cena 5: Nos EUA, Trump desafia a democracia e tem grandes chances de ser reeleito presidente neste ano de 2024. Enquanto que o ex-mandatário brasileiro é tão incompetente que torna-se inelegível até 2030 e está à beira da prisão com os inquéritos tocados pelo ministro Alexandre de Moraes,  pedra no sapato dos fascistas nacionais e internacionais.

Cena 6: Elon Musk perde as estribeiras, começa a atacar Moraes e defende seu impeachment. O ministro contra-ataca. Inclui o bilionário sul-africano no inquérito das milícias digitais e ameaça multar o X em R$ 100 mil a cada reativação irregular de perfis bloqueados pela Justiça.   

Cena 7: O blogueiro de extrema-direita e foragido nos EUA, Allan dos Santos, bota as manguinhas de fora e volta a postar no X, em sua conta bloqueada. Retoma as ofensas a Moraes, segundo o colunista Lauro Jardim.

(Copyright Leco Goes)

Cena 8: Na real: o colunista Luiz Nassif desvenda a causa da ira de Musk: A Fundação Lemann montou edital no MEC para informatizar as escolas que só a Starlink, de Musk, poderia atender. O esquema vaza e a Starlink dança. Musk surta.

Cena 9 - Musk também se mobiliza por conta de interesses contrariados na exploração de lítio no Brasil - peça chave para sua Tesla, de carros elétricos - pela Vale. 

Moral da história: Urge a regulação das redes sociais. E mais: o Brasil não é quintal de endinheirados de comportamento duvidoso.