Gonet confraterniza com bolsonaristas

 

Enquanto o país aguarda a tão esperada decisão de Paulo Gonet sobre o inquérito da PF a respeito dos atos golpistas – que se for por uma eventual denúncia pode desencadear a prisão do Inelegível -, Paulo Gonet almoçou quinta-feira com bolsonaristas, entre eles, Ricardo  Salles.

Estou até agora segurando meu queixo para ele não cair...Congraçavam ainda com Gonet o ministro do TST, Ives Gandra Martins Filho, cujo pai homônimo deu suporte ao golpe, por interpretar o artigo 142 da Constituição como se as Forças Armadas fossem um poder moderador. 

Que não são e nunca foram.

Marco Aurélio Mello, ministro do STF aposentando e simpatizante do capitão, também compareceu.

O fato tem ainda um agravante: o encontro ocorreu no escritório do ex-senador Demóstenes Torres, advogado do almirante Almir Garnier. Como se sabe, Garnier foi o único dos comandantes das Três Forças a aderir à proposta de golpe, e por isso está entre os 37 indiciados pela PF.

Conforme apurou a PF, o almirante chegou a colocar os tanques da Marinha prontos para inviabilizar a posse de Lula.

Irônico, Demóstenes disse à Folha: "Pode ficar tranquilo que não houve qualquer conspiração". Ah bom! Gandra tentou poupar o PGR: “Ele nem ficou para a sobremesa”...imagine o que não rolou durante o prato principal...Enquanto Marco Aurélio resumiu as conversas a “amenidades”.

Devem ter sido do tipo, o capitão é tão bonzinho, está sendo injustiçado e perseguido, coitadinho...

O PGR nada falou do encontro.

Já o jurista Pedro Serrano, que ontem definiu aqui as medidas de exceção de Trump como uma "ditadura do século 21", considerou “imoral” a presença de Gonet no almoço.

"No mínimo, o Gonet tem que se declarar impedido em todos esses casos. O que é isso, gente? Você vai lá, confraterniza, vai no escritório de um advogado? Um procurador-geral? Isso é inadequado", criticou.

Só faltou Demóstenes servir pizza como prato principal...