Salve-se quem puder!
O tempo que
gastei de ônibus neste feriadão entre Ubatuba e o Rio ultrapassou as nove horas e meia regulamentares de viagem da capital carioca a Lisboa. Sendo que a segunda atravessa o oceano, a
bordo de um avião.
Cheguei ao terminal rodoviário Naim Elias Abdall - que está à venda, talvez isso explique alguma coisa - no domingo, às oito e quarenta e cinco da noite, para pegar o ônibus das vinte e uma horas. A caminho, todavia, constatei
o nó na estrada sentido São Paulo, inverso ao meu. Porém, de onde viria o
coletivo de São Sebastião com escala na cidade onde
eu estava.
A atendente da Útil informou que o atraso previsto era de duas horas. Meio atônita ao me dirigir às
cadeiras externas do prédio, o portão fechou às minhas costas. Eu e as oito pessoas que
aguardávamos ficamos entregues à própria sorte: o 0800 da empresa só funciona de segunda a sexta. Pode?
Pensei em
voltar para casa e pegar o ônibus do dia seguinte. Contudo, nada me garantia
que conseguiria lugar e perderia a passagem
já adquirida. Todos preferimos arriscar. Por sorte, meu marido, que seguiria
para São Paulo cedinho na manhã seguinte, me fez companhia.
Como seria
de se esperar, foi um ambiente tipicamente brasileiro, de cumplicidade, bom
humor e olho no celular, embora não houvesse conexão. Achamos uma hamburgueria aberta e até que o tempo – duas horas e quarenta e cinco minutos de espera – não custou
tanto a passar. Dia seguinte, soube que ele vomitou as tripas. Eu,
por sorte, não comi.
Consegui dormir
seis horas consecutivas e acordei quando já nos aproximávamos da Avenida Brasil.
A única
foto que tirei foi de um engavetamento, sem gravidade, entre meu ônibus e outros dois carros na pista da
esquerda da Brasil, antes do engarramento, iniciado perto de Bangu. Pesadelo perde. Preferi não expor o motorista, tão vítima quanto os demais daquela comédia de
erros. Claro que o trânsito não demorou a ficar caótico, como seria de se
esperar numa manhã de segunda, volta de feriadão.
Cheguei ao
Rio doze horas depois, às oito e quarenta e cinco, com a mesma exaustão de um voo internacional. O pior é que tenho a certeza
de que nessa encarnação não há a menor chance de ver alguma melhora no caos que
é viajar pelas estradas desse país de dimensões continentais. E parece que só tende a piorar. Salve-se quem puder!
Vixe ! Exaustão é pouco ....
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