Não passarão!
A jornalista Patrícia Campos Mello |
Damares, símbolo das trevas e do retrocesso |
Enquanto as
jovens sequestradas pelos Mestres do Mal eram subjugadas e humilhadas, tornando-se
cadeiras para os homens participantes da seita cobertas por panos negros e
denominadas ‘quatro patas”, as mulheres brasileiras, cem anos depois,
tornam-se alvos dessa turba de extrema direita, fenômeno já estudado pela academia, encabeçada pelos seguidores de extrema direita do presidente.
No momento
em que se conquistavam novos direitos e maior participação feminina na sociedade,
se ensaia um retrocesso centenário, encabeçado pela esdrúxula ministra Damares Alves,
que sonha com meninas vestindo rosa, prega a abstinência sexual para combater a gravidez precoce e apoia a proibição do
aborto, entre outros retrocessos.
Se no filme
de animação do francês Michel Ocelot – “Dilili em Paris" - as meninas
sequestradas são salvas pela coragem de Dilili e pelo zepelin pilotado por
nosso heroico Santos Dumont, não se sabe onde vai parar essa assustadora e
reacionária tendência que se anuncia nesses novos e sombrios tempos,
protagonizada por um presidente que declarou ter sido pai de uma menina em um "momento de fraqueza". Involuntariamente, Patrícia passou a simbolizar a resistência a tudo o que
de pior está acontecendo nesse início da década de 20 do século 21.
Andamos para
trás a passos céleres, e, como nem
Santos Dumont, Pablo Picasso ou Sarah Bernadardt estão por perto para nos salvar, que as
mulheres consigam se dar as mãos para lutar contra esse mergulho no passado e
no retrocesso. E como já dizia a espanhola Maria Dueñas, o melhor está por vir. Não passarão!
Dilili na Paris Belle Époque |
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