O céu é o limite nesse apocalipse


A chegada do coronavírus é inexorável, Ele já está aqui, resta saber o tamanho do estrago. Apesar da baixa letalidade, o pavor está instalado. Assim como em “O ensaio da cegueira”, de Saramago, o contágio vai ocorrer em progressão geométrica. Quem ainda se acha acima do bem e do mal – como o presidente Bolsonaro, ao que tudo indica, já infectado, apesar da banana – as consequências chegarão. É inevitável. Em algum grau. Sobretudo para as claques do Jair que prometem sair hoje às ruas. 
Se não pelo contágio propriamente dito, a contaminação econômica está aí, com bolsas despencando e o mercado financeiro em pânico. Se você ainda se sente capaz de escapar dessa, mais cedo ou mais tarde alguma coisa vai te pegar, seja falta dinheiro para pagar as contas, para comprar alimentos ou a simples interdição para sair de casa.
Em meio a tantas crises, esta tem um impacto nunca visto pelas gerações destes últimos tempos, que não passaram pela gripe espanhola ou pela peste negra. Apesar do índice de mortes ser muito mais baixo que os dois exemplos citados, nunca o planeta foi tão globalizado e suas respectivas economias sofreram tanto com os baques de instabilidades em quaisquer recônditos recantos.
Este é o maior pavor. O mundo não será mais o mesmo depois que a pandemia se for, assim como após essa abrupta variação no preço do petróleo que aconteceu em momento de tanta instabilidade.

 O dinheiro pode mudar de mãos. Os pobres poderão ficar ainda mais pobres. A vida como conhecemos também vai mudar, e é justo essa imprevisibilidade que gera tanta insegurança a agonia.
O sangue frio é um traço fundamental para encarar o que vem por aí. Bem como uma vida espiritual mais desenvolvida, com menos apegos e capacidade de adaptação.  
A maior dificuldade é a incerteza do futuro próximo, e de como cada um será capaz de reagir. As situações mais inusitadas e imprevisíveis vão acontecer. E quanto mais as pessoas conseguirem pensar mais nos outros do que em si mesmas, mais chances terão para chegar a um resultado melhor, embora seja impossível de prever. Não há certezas.
Muitos vão perder, porém haverá, também, ganhadores. Em que time você se imagina? Acredite, nesse apocalipse, o céu é o limite.

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