Utilitarismo X Universalismo
Bolsonaro quebra o isolamento domingo, no DF |
Diariamente um médico é obrigado a escolher:
deixa morrer um idoso de 85 anos ou um jovem adolescente, que tem a vida pela frente? Quem receberá o respirador? Nesse caso, a resposta é
obvia, ponto para o utilitarismo.
De que lado
estaria nosso presidente? Do utilitarismo, óbvio. Sua estratégia, contudo, começou por
desqualificar a Covid-19 como ‘gripezinha’; seguiu no rumo de desdenhar da
ciência e da OMS, ignorando o que ocorre em países como a
Itália, Espanha e Estados Unidos. Neste domingo ele foi às ruas do DF, desdenhando o isolamento e confundindo a população. Mais mortes em nome saúde da Economia. Será que se morresse um de
seus filhos ele manteria essa postura?
Os três
filhos, por sinal, têm conseguido fazer a cabeça do pai, em defesa do tal isolamento vertical – fórmula certa para acelerar as mortes. Somos salvos, porém, por louváveis posições contraditórias à do destrambelhado mandatário,
do Judiciário, Legislativo, Ministério da Saúde e até do Exército. Isso em falar nos
governadores, inclua-se ai seu aliado de primeira hora, Ronaldo Caiado, que por
esse motivo, como médico que é, rompeu com Bolsonaro e já foi definido pelos biolsominions como “traíra”.
E nesse
assustador quadro que se avizinha, de crescimento em progressão geométrica dos
casos sem leitos públicos capazes de absorvê-los, nunca precisamos
tanto de harmonia e unidade no comando deste barco. Algo inexistente desde que
Bolsonaro subiu ao poder, movido por ódio, ataques e polêmicas evitáveis.
Sim, o utilitarismo
tem bons exemplos, como o de Churchill, que preferiu na Segunda Guerra lançar à morte um número
restrito de soldados para defender a vida de outro contingente maior . Exemplo de um estadista, temido por Hitler, a anos luz do homem
movido pela obsessão de um segundo mandato, jogando nas costas dos governadores
a inevitável crise econômica que virá. Quando caberia a ele não sair às ruas em irresponsável ação populista, e sim estimular investimentos nos mais pobres e nas empresas para que possam manter os empregos. Que falta nos faz um presidente de
verdade numa hora dessas...
Churchill, o estadista utilitarista |
Excêntrico análise. O que se espera de um chefe de estado, é um olhar mais abrangente c respeito a Ciência e todo cuidado a vida dos cidadãos do seu país. O nosso presidente vai na contramão do mundo!!
ResponderExcluirExcelente texto, Celina!
ResponderExcluirEnxuto e preciso