Reflexos do isolamento
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Edward Hoppe, pintor do isolamento |
Após o
estupor inicial das primeiras semanas de quarentena, as pessoas já incorporam hábitos em seu cotidiano, como a cuidadosa e
frequente lavagem das mãos. Junto a isso, porém, vieram a depressão, insônia
e ansiedade, afirmou Manes ao jornal O Globo. “Resultados preliminares de
investigação por nossa equipe revelaram mais de um terço acima de 10 mil
pessoas com relevantes estados depressivos e ansiosos”, contabilizou.
O especialista menciona uma recorrente
estratégia de ‘reavaliação’ do cérebro para lidar com este tipo de situação. “Oscilamos
entre pensamentos catastróficos, tipo, ‘morreremos todos’, a outros quase
irresponsáveis, como ‘nada vai acontecer’. A reavaliação pode levar a posições mais equilibradas,
como, ‘estamos diante de uma séria ameaça e devemos nos cuidar para permanecer
seguros’.
Do alto dos
meus 63 anos, amparada pela involuntária estadia em casa desde 2019
depois de ficar desempregada, posso dizer que cheguei bem rapidamente a esse
terceiro estágio a que o neurologista se refere. Meu isolamento, que não é solidão, tem sido
facilitado pela companhia do meu marido que, nos últimos cinco anos, se mudou
para São Paulo e só vinha ao Rio nos finais de semana.
Outras vantagens
a meu favor são o fato de morar no final de uma ladeira que fica no final de
uma rua, isolada em plena cidade, com vista estupenda. Outra é a tendência que sempre tive à
autodisciplina e à rotina, que me levam a madrugar e fazer uma caminhada
intensa de um hora pelas desertas ladeiras ao meu redor, o que areja a cabeça e exclui o
risco de quilos extras, mesmo comendo de tudo.
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Vista da janela |
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O neurocientista argentino Facundo Manes |
Hoje eu decidi que vou sair de manhã bem cedinho , para caminhar. Está fazendo falta.
ResponderExcluirNo mais , sigo bem, com algumas horas difíceis de levar. Não é novidade.
Posso te sugerir uma caminhada com pouca gente: andar ate o Parque Guinle, subir e descer pela Pereira da Silva. Tem estado bem vazio!
ExcluirSurpreendentemente estou reagindo bem ao isolamento. Talvez os anos de desempregada tenham me preparado para esse momento. Nem a falta de renda tem me abalado. Antes da pandemia, por incrível que pareça, era mais preocupante. A angústia de não ter trabalho e ter que ficar buscando freelas e bicos era meu despertador todas as manhãs.
ResponderExcluirParece que a ficha caiu: não tenho controle de nada.
Agora espero pacientemente pelo fim de tudo isso, enquanto sigo cumprindo o que me cabe nessa hora: cuidar dos meus pais.
Ando mais preocupada com o país, rumo a um fascismo cada vez mais acirrado.
Que Deus nos proteja e cada um tenha a responsabilidade de fazer o seu melhor.
Pois é, aqui temos a pandemia e o pandemonio...
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