Estouro da boiada
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O mauricinho que abre as portas ao desmatamento |
Índios começam a morrer de Covid-19 sem qualquer assistência federal; de janeiro a março a Amazônia perdeu 796 km² de florestas – aumento de mais de 50% em relação a igual período de 2019 – e ainda o desministro ambiental, Ricardo Salles, reconheceu as propriedades rurais instaladas em áreas
protegidas da Mata Atlântica, abrindo caminho à suspensão de processos, multas
e embargos de desmatamentos ilegais ocorridos nessas propriedades.
Enquanto caem dois ministros
da Saúde no calor da pandemia, por discordarem do chefe, vasos ruins, como
Salles, prosseguem incólumes sua jornada de destruição, sem quebrar. Porque faz o jogo da quadrilha. Sua
nomeação ao cargo já havia acendido o alerta vermelho às entidades preservacionistas, aos recursos minerais e a nossa biodiversidade, a
essa alturas à beira do abismo. Conforme
o Intercept, um mês depois de assumir, foram revelados detalhes de como o então
secretário estadual do Meio Ambiente – como ele também chegou lá? – adulterou mapas
de licenciamento ambiental a pedido da Fiesp, para facilitar construções dos
mineradores. E para isso chegou a coagir funcionários que se recusavam a
cometer a fraude.
O espertalhão também fraudou o próprio currículo, fingindo ter
estudado em Yale – prestigiosa universidade que formou cinco presidentes
americanos, país que valoriza mais o conhecimento do que a carreira militar. E
tem mais. Ainda de acordo com o Intercept, Salles se reuniu na Europa, fora da agenda oficial, com petroleiras, farmacêuticas e outras indústrias devastadoras
ambientais. Enquanto isso, o fogo arde nossas florestas,
com recordes de destruição na Amazônia que infelizmente continuam a ser batidos.
E claro que Salles concorda
com o chefe com sua teoria de ‘humanizar’ os índios, fórmula mais eficaz para cooptá-los a abrir seus territórios ao garimpo e ao desmatamento – que também
já se anuncia como mais um acelerador do avanço do coronavírus no país.
A cada dia cresce o
ritmo da devastação, bem como as mortes pela Covid-19 que poderiam ser evitadas.
O grito do planeta, que já alçou Bolsonaro ao papel de maior vilão mundial do
coronavírus, ainda não trouxe os desejados efeitos por aqui. Até quando teremos
de aturar esse cawboy que chicoteia o vírus e seu assecla, que só faz atentar contra a manutenção da rica biodiversidade brasileira?
Coprologia é um ramo da ciência, tão digno como outro qualquer. É inclusive parte dos estudos da arquieologia e ajuda na datação de sítios.
ResponderExcluirMas quando o objeto estudo sai da boca de Ministros e, mais comumente ainda, do Presidente da República... ai fede mais do que esgoto a céu aberto.
Alias, tudo naquela reuniao fedeu mais que esgoto a ceu aberto
ExcluirCelina que bom teu post sobre tudo isso.
ResponderExcluirAcordo e durmo pensando em nossa questão mais cara para mim , a destruição ambiental no planeta e particularmente em nosso país .
Sendo médica e atuando há 40 anos na Saúde Pública , sei da relação íntima da destruição ambiental e o surgimento de novas doenças, inclusive a atual pandemia por COVID19
Parece q estamos fadados ao silêncio sobre tamanha barbárie.
A pandemia passará , já a FLORESTA Amazônica, será como nossos povos nativos, apenas uma breve lembrança, que tb passará e ficaremos todos com o que parecia apenas ficção científica ou roteiros cinematográficos ....
Tenho conversado com procuradores ,
Defensores públicos da União , presidente do CNDHH( RenanSottomayor) jornalistas e apesar da atuação dos mesmos, o PROJETO DESTRUIÇÃO desse governo prossegue incólume !
Enquanto a grande mídia e todos os paises ñ voltarem a se alinhar e denunciar diáriamente o que é a politica do atual governo para o meio ambiente ,
SEGUIREMOS DIA A DIA CONTANDO OS MORTOS ATUAIS , SEM PROJETAR A DESERTIFICAÇÃO FUTURA DO PLANETA QUE SERÁ INABITÁVEL!
POR FAVOR CONTINUE ESCREVENDO E PEÇA AOS SEUS COLEGAS DE PROFISSÃO Q PAUTEM URGENTEMENTE ESSE TEMA
Obrigada
Dói na alma
ExcluirCelina, você traduz muito bem a indignação de muitos.
ResponderExcluirQue estes muitos venham a ter voz e que possamos todos - estou entre estes, agir com sabedoria traduzida em um movimento que ganhe uma maioria capaz de nos tirar desta verdadeira tragédia que ora sucede à nação brasileira.
Os índios querem ser tutelados pelo Estado e querem explorar a mineração. Nada nesse país é sério, por que os índio seriam ? O progresso não permite que hajam índios vivendo como vivem. Aquele estilo de vida está fadado ao fracasso. Let´s Face it. Eles deviam entrar para a civilização e tirar vantagens das terras que eles tem. Se não fizerem isso, ele irão para o ZOO. Nada disso é meu desejo, estou apenas dizendo.
ResponderExcluirVc precisa estudar antropologia, estamos em times diferentes
ExcluirAquela reunirão, se fosse num boteco pé sujo, já chocaria quem a assistisse, imagino a reação do mundo a ver o que é realmenre uma reunião ministerial no Palácio do Planalto. Deixou claro que é um covil de bandidos ajustando um ataque ao Brasil, uma quadrilha que está disposta a criar uma guerra civil e a arrombar os cofres da democracia. Que vergonha.
ResponderExcluirEstamos nas maos de um lunático violento
ExcluirAo que parece, a melhor alternativa ao bolsolavismo são as aulas públicas da Gabriela Priori para Anitta. O problema, que ninguém parece ter percebido, é que a esquerda está impotente para combater a direita porque a própria direita é nada mais que um subproduto do aburguesamento da esquerda. Quando só existem forças econômicas, sociais e vontade de poder, não existem mais seres humanos, não existe mais cultura, não existe mais razão. Portanto, resta ao homem desenraizado, que não vê mais sentido para a própria vida. O momento histórico que estamos vivendo é, de fato, muito peculiar. Trata-se de uma espécie de anti-humanismo, trata-se da verdadeira abolição do homem. É por isso que, se para alguns, a vida se tornou apenas uma expressão estatística, para outros, uma montanha de corpos nada mais é do que uma abstração dramática para justificar uma narrativa política.
ResponderExcluirNo fundo, ama-se a humanidade em geral, dizia Camus, para que não se tenha que amar o humano.