Gigante contra as fake news

Fábio Wajngarten na cola do chefe
Desde que Steve Bannon apodreceu a forma de fazer política, com nefastos resultados como as vitórias do Brexit, de Trump e de Bolsonaro, a partir da maciça disseminação de fake news, até que enfim uma boa notícia. Semana passada aterrissou por aqui a versão brasileira do Sleeping Giants – movimento que alerta sobre desinformação nas redes sociais de extrema direita –, responsável por estragos em canais duvidosos e até no alto escalão do governo Bolsonaro, conforme o jornal El País. Alertadas pelos Giants, a Dell e a Fiat Brasil são indústrias que já negam publicidade aos sites de fake news.

O sistema de mídia programática do Google do portal Jornal da Cidade Online, mestre em divulgar falsas notícias de apoiadores de Bolsonaro, lançou, inclusive, um contragolpe, para impedir que outras páginas, igualmente de extrema direita e ultraconservadoras, sejam afetadas pela fuga dos anunciantes estimulada pelo Sleeping Giants. O próprio site Breitbart News, de Bannon, já perdeu mais de 8 milhões de euros (R$ 50,7 milhões) com essas ações.
O primeiro a gritar por aqui foi o vereador Carlos Bolsonaro - o mais dotado da famiglia no domínio da desinformação pelas redes sociais -, contra a decisão do Banco do Brasil de vetar anúncios do tal portal. Fábio Wajngarten, secretário de comunicação do Planalto, entrou em campo para evitar restrições a veículos independentes, e o filho do vice-presidente, Antonio Hamilton Mourão, fez o serviço final: retirou a restrição, abrindo livre caminho à disseminação de fake news. Esse caso específico, porém, foi uma derrota.
Na última quinta-feira, contudo, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão pediu investigação sobre os gastos em campanhas publicitárias da Secom. O órgão do MPF aponta a prioridade destinada pelo setor do governo à escolha de veículos por afinidades ideológicas, no caso, os sites alinhados a Bolsonaro. Já as críticas ao governo são censuradas. E claro que se Wajngarten não se comportasse dessa forma já estaria no olho da rua. Tanto que não afetou ao chefe a acusação sofrida pelo funcionário, de direcionar recursos da pasta a emissoras de TV que mantêm contratos com sua própria agência de marketing.
O 02, Eduardo Bolsonaro, também reclamou da articulação do Sleeping Giants no Brasil, à qual chamou de “a mais nova estratégia da esquerda para destruir blogs de cunho conservador” em seu canal do YouTube. E nessa tentativa de reverter a campanha para desidratar a principal fonte de renda dos sites de fake news da extrema direita, apoiadores de Bolsonaro pregam boicote às empresas que vetaram seus anúncios no Jornal da Cidade Online
É uma guerra suja, na qual torço pelo Sleeping Giants. Ou seja, pela vitória da verdade.

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