Novela sem final feliz
Faço minhas as palavras de Christian Edward Lynch , doutor em Ciência Política pelo IUPERJ, em sua interessante e alvissareira – para o meu ponto de vista – previsão
para o futuro próximo do país. Mesmo sem considerar as feridas que serao deixadas
pela pandemia, tanto sociais quanto econômicas, Lynch prevê três possíveis
cenários no horizonte. O primeiro ele chama de João
Figueiredo, o segundo, Hugo Chavez e o terceiro, Fernando Collor. Vamos a eles.
Para o primeiro,
a previsão é de um governo domesticado e claudicante que permanece até 2022. No segundo, ele avista um golpe de Estado pelo Exército e pelas milícias paramilitares, com
fechamento do STF, sustentando o poder de Bolsonaro, filhos e rede de
apoiadores envolvidos no inquérito de fake news a nas manifestações antidemocráticas.
Uma irreversível venezuelização chavista. Contudo, ela é considerada improvável pelo
cientista político, com base em argumentos poderosos. Entre eles, por que as
Forças Armadas se arriscariam a sustentar o poder de Bolsonaro, sua família e
seu séquito de seguidores, em época sem ameças comunista, de guerra
fria ou para a segurança nacional?
A hipótese
mais factível para Lynch, que me foi introduzido pela amiga Liane Reis, é a terceira: deposição do presidente,
seja por crime comum, impeachment, cassação da chapa pelo TSE ou imposição de
renúncia pelos militares. Além de encalacrado com o STF, hoje mais unido do que
nunca em torno do inimigo comum, quase todos os governadores são unânimes
contra ele e sua administração é um reconhecido fracasso, com seu raciocínio turvo diante da prioridade absoluta à família. O entorno dos ministros
ideológicos, sem nenhum conteúdo para os cargos que exercem, lança combustível na
fogueira.
Um coisa é
certa: não há final feliz nessa novela. Torço, contudo, pelo afastamento,
o menos dramático para um país obrigado a conviver com esse pandemônio, na certeza da terra arrasada que vai emergir pós pandemia.
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