O que será o amanhã
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Pedro Dória entrevista Alexandre Borges no site Meio |
Borges não
apenas descreve como se deu a ascensão de Bolsonaro, que surpreendeu a própria
direita na sua busca por um representante, como ajuda a esclarecer como funciona
a cabeça dessa turba. Sem mencionar golpe ou volta à ditadura, o analista mostra
a tendência à total hegemonia do núcleo ideológico em relação ao técnico, cuja
escalada começou pelas cabeças de Mandetta, Teich e Moro. Se os últimos se
guiam por suas trajetórias e conhecimento, a lealdade, a qualquer preço, é o que move
os primeiros.
No caso de uma recuperação econômica, ele cita como exemplo dessa tendência qual seria a opção de Bolsonaro: um choque
desenvolvimentista keyniano ou a escola privatizante de Paulo Guedes? Alguma
dúvida? Os choques, ou crises, portanto, são a tendência predominante.
A ficha da
direita teria começado a cair com o discurso de Lula nos 45 anos do Ipea, no
fim de seu segundo governo, em 2009, enaltecendo as candidaturas restritas à
esquerda nas eleições de 2010. Se nas eleições daquele ano Bolsonaro conquista
apenas 100 mil votos, alcança 460 mil em 2014, turbinado pelas redes sociais com “Bolsonaro zoeiro”. Nesse ano começa a surgir o Movimento Brasil Livre (MBL), na
dianteira de um renascimento da direita. Seu desaforo à deputada Maria do Rosário
(PT-RGS) acelera sua popularidade, aferida em pesquisa de opinião de setembro
de 2016, quando emerge a liderança Lula/ Bolsonaro. A prisão de Lula, em abril de
2018, e o atentado, nas vésperas da eleição, foram definitivos no resultado final.
E quando o núcleo
ideológico se diz democrático, enquanto prega a queda do STJ, a justificativa é: “as instituições por si não são democráticas, só o são quando respeitam
a vontade do povo”. O povo, diga-se de passagem, são esses 30% de seguidores.
Mesma lógica que considera um atentado à liberdade de imprensa a criminalização às fake
news. E olha que nem se falou na entrevista na maciça presença de militares no governo...Salve-se quem puder!!!
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