Parece, mas não é
O bufão mor |
No
início de fevereiro, a equipe de saúde pública recomenda o fechamento de colégios
e negócios nos pontos mais agudos atingidos pela pandemia e sugere a
recomendação para a distância física e a adoção do teletrabalho. Os especialistas levam
três semanas para convencer o presidente das terríveis consequências por não
agir rapidamente.
Em 23 de
abril, em meio à pior pandemia dos últimos séculos, com mais de 23.000 mortos,
o presidente sugeriu, diante dos jornalistas, o uso de injeções de água
sanitária. “Vejo o desinfetante, que nocauteia o vírus em um minuto. Há alguma
maneira de podermos fazer algo assim mediante uma injeção?”, especulou.
O
presidente negou a crise por semanas e chegou a dizer que desapareceria como
“um milagre” (27 de fevereiro) e a equiparou à gripe comum (9 de março). Nos
dois meses seguintes, deu informações erradas sobre vacinas e tratamentos, ainda contradisse publicamente todos os seus especialistas e suas próprias
recomendações. Entre elas, a de estimular o país a retomar sua
atividade no domingo de Páscoa, quando incentivou manifestações mais
agressivas contra o confinamento, afirmou que não pretendia usar máscara e se desentendeu com governadores. Intensificou seus ataques à imprensa e revelou que estava tomando a hidroxicloroquina, mesmo sem estar doente.
Bolsonaro?
Parece, mas não é. O presidente em questão é o ídolo maior de Bolsonaro, Donald
Trump, cujo comportamento errático contribuiu para seu país assumir a liderança
da pandemia. Aqui foi tudo meio parecido, pior, porém. Trump não demitiu dois
ministros da Saúde ou o da Justiça no auge da crise, também não ameaçou a alta corte americana e
não participou de manifestações anti-democráticas, sem máscara. Aqui, por sua vez, não houve saída da OMS, embora o governo não acate suas sugestões científicas. Lá, como cá, foi preciso abrir covas rasas para
dar conta dos óbitos.
Covas rasas abertas em Nova York |
Não por acaso, somos os segundos no nefasto ranking dos países mais atingidos pelo coronavírus, atrás dos EUA. E caminhamos para receber o troféu mundial de piores no combate à Covid-19. Bolsonaro já foi eleito pela imprensa internacional como pior gestor da pandemia no
planeta.
Covas rasas na capital São Paulo |
"Do mal será queimada a semente"- lembrei da música de Nelson Cavaquinho como um alento em meio ao caos em que a nação brasileira está submetida.
ResponderExcluirMas vamos virar o jogo, pois "a luz há de chegar aos corações ".
#juntos!!!
ExcluirIncrível como os imbecis se aglutinam.
ResponderExcluirPior é que sobra pra todos nós
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