Dores de um Brasil encurralado
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A reunião da quadrilha |
Desânimo.
Esperava ansiosamente pela liberação do vídeo da reunião ministerial, com
grande expectativa de que pudesse ser a ponte ao tão desejado
impeachment, apesar de o PGR ser amigo do presidente. O que se viu foi o
contrário. Uma baixaria, que só serviu para a turba de seguidores festejarem e,
pior, anunciarem a certeza da reeleição.
Não sou
petista e não me entusiasmava a ideia de votar em Haddad, para mim, o único
jeito de escapar da criatura que já se anunciava um maníaco, em quem não votei. Mais do que óbvio
que essa dicotomia elegeu o capitão. Custo a crer que aqueles que hipotecaram seu voto não se arrependam. O que sobrou? A vitória do liberalismo, (sem nenhuma privatização até agora) com a país totalmente desacreditado no exterior e entre possíveis investidores,
com o dólar em níveis estratosféricos? Será que os que deram suporte a esse louco
continuam a acreditar que a aventura vale a pena?
Tenho 63
anos, muitos deles passados sob a ditadura militar, durante todo meu aprendizado escolar. Sempre fui crítica ao regime, embora não tenha
chegado a correr risco de vida contra ele. Não via a hora, porém, de viver em liberdade,
onde pudesse ler e assistir o que me desse na telha. Quando isso aconteceu, a partir de 1985, trabalhava no JB, jornal que entrou na história por sua luta contra
a ditadura.
Comemorava
cada passo rumo ao definitivo enterro daquele regime militar que torturou,
matou, proibiu, censurou, e o que deu em troca? Inflação galopante e diferenças
cada vez mais abissais entre as classes sociais, fazendo jus ao nosso histórico
de último país a acabar com a escravidão. E que continua se dedicando à
morte de pretos e pobres.
Me senti
acuada pelos métodos escusos que levaram à eleição de Bolsonaro, os mesmos que
elegeram Trump, sob a batuta de Steve Bannon, mestre das fake news – tão bem
apreendidas e praticadas pelo caçula, Carlos Bolsonaro. Não, tem a CPI das fake
news, isso terá um ponto final. Quando?
E os métodos
escusos continuam a evoluir, diante da incapacidade da esquerda de se unir. A tal
ponto que a grotesca reunião de ministros de 22 de abril foi celebrada pelos
seguidores do genocida, que incita ao armamento e desobediência civil aos que não
seguirem a cartilha da OMS para deter o avanço do coronavírus. No auge da
pandemia, a Covid passou ao largo da fatídica reunião, limitou-se ao limitado e boquiaberto ministro da Saúde com o circo de horrores que assistia. Zero à esquerda.
Leio agora um livro sobre a Segunda Guerra
Mundial e acompanho as atrocidades praticadas pelos nazistas. Quantas pessoas
terão de continuar a morrer para que o tal ‘povo’ de que fala Bolsonaro
acorde?
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Fonte de inspiração para os seguidores |
Sem mais palavras, aplaudo sua brilhante analise deste momento sombrio de nossa história.
ResponderExcluirSeu texto mostra o mix de sentimentos que o momento nos desperta. Indignação, raiva, tristeza mas também compaixão e solidariedade. Tudo precisa ser compartilhado para ir dando luz aos atordoados brasileiros
ResponderExcluirConcordo plenamente
ExcluirNo fundo ainda tenho esperanças de que algo nos tire desse buraco sem fundo
ResponderExcluirMuito claro diante do quadro que vivemos. Essa pandemia política gerada pelo bolsovírus ainda vai gerar muita tristeza a este País. Fico atônito ao ver oficiais generais das FA ficarem calados naquela reunião assistindo a diversos crimes contra a Constituição. Não são mais representantes das FA se tornaram capachos de um psicopata que desgoverna o Brasil. Que vergonha!
ResponderExcluirSó a sede de poder pode explicar
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