Trosoba e o saber de Bolsonaro
Ontem recebi
um vídeo tragicamente cômico, que começava pela desconhecida palavra, para mim e meu marido, ambos sexagenários (seria
uma nova gíria?): trosoba. O Google esclareceu a ignorância: pênis avantajado.
O que traria um vídeo com início tão grosseiro? Acertou em cheio quem pensou na
reunião de 22 de abril, quando os brasileiros já morriam aos
milhares pela pandemia que assola o planeta. O autor da mensagem editou o
conteúdo, restrito às incontáveis vezes em que o excelentíssimo presidente da
República pronuncia palavras de baixo calão.
A abertura é imagem da bandeira do Brasil, enquanto uma locutora anuncia, solenemente,
“forma-se nesse momento a rede nacional de rádio e televisão, para o
pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, pátria amada,
Brasil. (Infelizmente o blog não reproduz vídeos).
Surge então
a imagem do finíssimo chefe máximo da nação proferindo “trosoba”, gesticulante,
entre os não menos ilustríssimos ministros da Casa Civil e vice-presidente -
este com a mão no queixo, forjando naturalidade –, ambos generais. E aí começa
a sequência: porcaria, merda, babaquice, porra, putaria (duas vezes, seguida do
movimento com os braços dobrados e mãos apertadas), puta que o pariu,
escrota (com aquele “s” acentuado), filha da puta, foda-se, fodido, vagabundo,
vai para a puta que o pariu, porra. E aí começa a primeira sequência de cinco “bosta”.
A essas
alturas, o ministro da Casa Civil olha para baixo, o vice-presidente, já de
óculos, finge que escreve alguma coisa no papel à sua frente. Os impropérios
continuam: cacete. Sempre com um sotaque que acentua o “s” vem outra sequência
de cinco “bosta” (dez no total), intermediada por um estrume e hemorróida –
qual terá sido o significado da palavra dentro desse horrendo contexto? Desconcertados,
os generais olham para a frente, ajeitando seus paletós, enquanto o presidente
ergue o braço esquerdo, com a mão espalmada apontando em alguma direção. Os
últimos “bosta” vêm seguidos da palavra “família” – tripé do líder, ao lado de
Deus e arma – e “ponto final”.Ufa!
Não sei o
que choca mais, se as imagens ou sua transcrição. A edição dá a medida da
criatura tosca, despreparada e mal educada à frente da nação, na reunião em um
país hoje com 22.666 óbitos subnotificados, já alçado a segundo do planeta com
o maior número de infectados, cujo povo está proibido, pelo ‘amiguinho’ Trump, de
entrar nos EUA. Precisa dizer mais alguma coisa?
Perdoe-me mas palavrão é apenas uma convenção. Todos nós falamos. Palavrão não tem relação com mortes. O Temer , que é um crápula provado, não fala palavrões e tem uma postura muito boa. Nós vivamos num país de MERDA, que aguentou o LULOPETISMO destruindo o país sistematicamente e o grande chefe nunca teve postura e abusava dos palavrões. Acho que é uma falta de argumento grave pegar no pé do JMB pelo uso de palavrões. Permita-me, ele usa palavrões porque faltam-lhe palavras para descrever a situação absurda que vivemos. Ele é limitado, mas e daí. Quem é brilhante nesse país ? Não vejo ninguém ( dentro da política). Minha sugestão é arrume argumentos melhores, para criticar o JMB. tem tantos e tão melhores. Leia o que lhe enviei e começamos dali.
ResponderExcluirPatético é não só JMB, mas seus defensores também. Por que essa fixação em falar do PT de triste memoria? JMB disputa com enorme competência o podium de figura nefasta mor com Lula. Acho que pelo time ridículo que montou, já está em primeiro lugar. Esse ministério é surreal. Como podem defender esse ministro da educação e esse do meio ambiente? Os defensores de JMB são cegos, burros ou mal intencionados? Que tomem toneladas de cloroquina!!!!
ExcluirO cargo de presidente da República tem uma liturgia e o que se viu foi uma aberração. Tem razão, não é a crítica mais grave, antes fosse...
ResponderExcluirMeu Deus, passapanistas aparecem onde menos se espera. Se é preciso explicar que aquilo não é postura digna de um chefe do Executivo em uma reunião oficial, acho que nem adianta. Caso perdido. Passa pano todo dia ... Que agonia...
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