Fecha o cerco a Bolsonaro
Mais uma vez, faço minhas as palavras do jornalista Pedro Dória, editor do site Meio. Para entender a prisão de Queiroz e os últimos acontecimentos de cerco a Bolsonaro ele parte da conclusão: “Ninguém acredita mais no blefe do golpe. O rei está nu”. A primeira peça desse tabuleiro é a prisão de Fabrício Queiroz. Mais importante ainda é que o Ministério Público do Rio pediu, e a Justiça daqui concedeu, a prisão da mulher de Queiroz. Por quê? Talvez ele segure a onda sozinho, porém, com a mulher envolvida fica mais difícil. Ele já tinha mandado o recado aos Bolsonaro: “Com a família, não”. E se alguém oferece delação premiada?
A segunda peça é o PGR Augusto Aras, escolhido por Bolsonaro por ser um engavetador. Só que foi ele quem pediu a abertura desse novo inquérito contra os atos democráticos, agindo, pela primeira vez, com alguma independência. Ele percebe o presidente mais fraco? Seria menos gente temendo o golpe militar. Já a peça três é o Exército. São 2.930 militares da ativa ocupando cargos no governo, com um acréscimo ao salário anterior, ou seja, uma boquinha, técnica usada pelo presidente para atrair os militares. Só que na boquinha perde-se o respeito, e o TCU apura se há excesso de militarização.
A quarta
peça são os militares fora do poder, que temem danos à imagem das Forças
Armadas. Gilmar Mendes visitou o comandante geral do Exército, Edson Pujol, e
esclareceu que é mentira que as instituições não deixam Bolsonaro governar. Ela
nasce da ordem do STF para que estados e municípios conduzam o combate à
pandemia. Mostrou que, por lei, Bolsonaro teria que montar um comitê com os
municípios com os dados federativos para organizar a gestão do SUS. E não o
fez, o que deixou o Supremo sem escolha. E aí Bolsonaro e o ministro da Defesa
assinaram nota dizendo que as Forças Armadas “não aceitam tentativa de tomada
de poder por outro poder ao arrepio das leis", por conta de julgamentos políticos,
o que incomodou demais aos comandantes das Forças Armadas. São dois lados: os militares que não querem
ser arrastados para a confusão bolsonarista e os militares que não querem perder a boquinha. Nessa confusão, não parece sobrar
espaço para golpe.
E
houve ainda a ordem do governador de Brasília de remoção do acampamento dos 300,
a exoneração do comandante da PM e fechamento da esplanada dos ministérios,
onde Bolsonaro recebe sua claque.
Quinta peça: o ex-ministro da Educação. Os militares governistas o querem fora, enquanto a claque que o idolatra pergunta: quedê o golpe? E não tem golpe. Bolsonaro reagia ao STF como se sofresse uma censura à direita, discurso comprado pela militância. Com Queiroz, porém, é diferente. É desvio de dinheiro, não dá mais para dizer que é perseguição. Há, portanto, um avanço concentrado de peças em direção ao Planalto. E está cada vez mais difícil Bolsonaro sobreviver.
FORA BOLSONARO.
ResponderExcluirA toda ação, corresponde uma reação igual e contrária.
ResponderExcluirAlguma luz no final do túnel..Tomara, Celina!
ResponderExcluirVocê tem que ver a quantidade de pessoas que estavam ligadas ao bandido, esse tal de Queiroz, que receberam o auxílio emergencial. Um absurdo!!
ResponderExcluirSim, começa a aparecer luz no fim do tunel!
ResponderExcluirSerá? Tomara. Se prenderem a mulher dele, vai ser fogo no parcão.
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