Final feliz no Parque Guinle!
Quatro filhotes já nasceram, dois ainda não saíram dos ovos |
Quatro filhotes já nasceram, dois ainda estão nos ovos |
Em meio à pandemia mundial e ao pandemônio que vivemos no Brasil, com recordes de mortes pelo coronavírus e a cena política dominada por milicianos – o ordem de recondução de Queiroz e Márcia à prisão foi suspensa pelo ‘generoso’ Gilmar Mendes –, eis que surge uma notícia boa. Goiabinha conseguiu chocar seus ovos até o fim – há dois meses seus ovos foram roubados – e quatro filhotes já nasceram! Dois ainda estão nos ovos. Romeu, que quase comemora o nascimento no dia dos pais, cerca a cria, exalando orgulho.
A história
dos cisnes negros do Parque Guinle começou com o casal Romeu e Julieta, doado
por um criador da serra fluminense em julho de 2018. O batismo, por sinal, não
foi inspirado no mais famoso casal de Shakespeare, e sim no nome dado ao
casamento goiabada com queijo. Depois de já ter sofrido o roubo de seus ovos
chocados no ninho à beira do lago, Julieta foi assassinada a pauladas pelo dono
do cachorro que ela havia atacado – reagindo ao ataque que sofrera. Trágico
drama shakesperiano que foi parar na delegacia.
A mãe foi
substituída pela filha, Goiabinha – os batismos com nomes de doces se sucederam
-, já que no monogâmico reino dos cisnes não existe o pecado do incesto, que
marcou a vida em sociedade no reino humano. Assim como sua mãe, Goiabinha havia
perdido seus ovos, acredita-se que roubados por criadores que dali em diante só
teriam de chocá-los em chocadeiras eletrônicas e faturar com os cisnezinhos.
Dessa vez, porém, os voluntários que cuidam
das dezenas de aves que habitam o local, entre gansos, marrecos e patos das
mais variadas espécies – que também viveram sua novela particular e racharam -,
decidiram proteger o ninho com uma cerca metálica, que cumpriu sua função: a
cria já está sob a proteção do vaidoso Romeu e da mamãe cisne.
Na verdade, cheguei a escrever ontem sobre a aposta (mais uma), com perspectivas reais, no início de uma possível derrocada desse pandemônio que nos domina, agravado pelos resultados das mais recentes pesquisas de opinião do Datafolha, que cravaram aumento da popularidade de Bolsonaro (sabe-se que a causa são os necessários R$ 600 de ajuda emergencial e a postura Jairzinho Paz e Amor), aumentando o risco de um segundo mandato.
Enquanto isso, as milícias ampliam cada vez mais seus domínios sobre essa cidade já tão castigada, sob a gestão abaixo da crítica do prefeito e um governador corrupto à beira do impeachment. Pelo menos no Parque Guinle, contudo, o final foi feliz!
A felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo ar, já cantava João Gilberto - precisa que haja vento sem parar. Cuidemos de nossa felicidade e da de todos os seres, é isto - simplificadamente, digamos - , que a gente aprende nos textos budistas, pela proposta de exercício da compaixão. Os voluntários trabalharam e a família e Romeu e Goiabinha estão felizes com seus filhotes. Vida longa e sem mais atropelos para os pais e suas crias!
ResponderExcluirSim, happy end!
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