Na corda bamba das reviravoltas
“Só que eu
não estou aguentando, você está entendendo? Não estou aguentando. Está muito
difícil, amiga (...) Só Deus sabe.(...) não tenho vontade de fazer nada, nada
(...) Cheguei a um estágio emocional (...)” Esse é um dos trechos das
conversas, de dezembro de 2019, obtidas pela Veja, de Márcia, mulher de
Fabrício Queiroz, com a advogada Ana Flávia Rigamoti, que trabalhou para
Frederick Wassef, o advogado dos Bolsonaro, em cuja casa Queiroz foi encontrado
após um ano desaparecido. Muito antes, portanto, da prisão do marido e da
decretação de sua própria detenção pelo juiz Felix Fisher, transformadas em
prisão domiciliar por Gilmar Mendes.
O
desespero de Márcia, já naquela época, que acabou voltando para casa depois do
ministro Noronha, amigo dos Bolsonaro, livrar a cara do casal e decretar prisão
domiciliar para ambos - até para Márcia, apesar de foragida -, dá bem a medida
do que poderia significar para o clã uma possível volta dos dois à cadeia.
Flávio Bolsonaro, o 01, tem apostado suas fichas nos tribunais superiores para
arquivar o caso. Enquanto ele se diz perseguido por ser filho do presidente,
sabe melhor do que ninguém é essa condição que o salva dos
crimes de peculato, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
O
Ministério Público, por sua vez, também sabe muito bem que Queiroz e Márcia, funcionários do
gabinete do 01 na Alerj, poderiam esclarecer se realmente o filho do presidente
embolsou parte do salário dos servidores nas rachadinhas.
As
evidências continuam a pipocar, como a denúncia do antigo proprietário na loja
Kopenhagem, adquirida por Flávio, de lavagem de dinheiro, assim como o estranho
hábito dos Bolsonaro comprarem lojas e apartamentos com dinheiro vivo.
“Nossa
família está desmoronada, Ana, e eu estou assim emocionalmente abalada. A minha
depressão sei que voltou, porque eu vivo chorando pelos cantos”, diz Márcia, em
outro trecho da gravação. Imaginem o que seria se ela fosse conduzida à cadeia?
Sabe-se que a promessa de lealdade de Queiroz, por sua vez, é manter o silêncio
enquanto sua família for preservada. A decisão, temporária, de Gilmar Mendes,
seria um reconhecimento da trégua estabelecida pelo presidente com o STF. Também pode ser mudada.
Ou seja, é
uma corda bamba de reviravoltas capazes de voltar a surpreender a qualquer
momento. Enquanto isso, Bolsonaro continua receitando cloroquina e em campanha para a reeleição. Até quando?
E continuam em casa....
ResponderExcluirÉ uma quadrilha, não uma família essa do Bolsonaro. A hora deles vai chegar.
ResponderExcluirEspero que antes da reeleiçao!
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