Pela frente democrática

 

Rui Costa, governador da Bahia pelo PT

Enquanto Lula se mantém firme na decisão de não aderir à frente democrática e Bolsonaro entra de cabeça nos redutos eleitorais do PT, Rui Costa, governador da Bahia, levanta a bandeira branca. Em entrevista ao Globo, ele defendeu a união dos partidos de centro, centro-direita e esquerda para evitar a reeleição em 2022. Além de ser do PT, Costa fala como presidente do Consórcio do Nordeste, que reúne nove estados da região para atrair investimentos para os integrantes do grupo.

Embora não veja crescimento da popularidade de Bolsonaro em seu estado, Costa admite que a tendência tenha ocorrido na região, por conta do auxílio emergencial. “Mas acho que isso não se sustenta, pela absoluta ausência de projeto para o país”, disse ele. Sem dúvida, medidas como essa não integram a cartilha liberal do ministro da Economia, pelo menos enquanto ele se mantiver no cargo. Algo está bem claro para o governador: “O que está em jogo é o futuro da democracia.”

De fato, depois que Queiroz retornou à prisão domiciliar, Bolsonaro já voltou a mostrar quem ele é e seu estilo, ao retomar as agressões e mandar um repórter a fazer algo que prefiro não repetir. Só que o feitiço virou contra o feiticeiro, ao detonar uma onda de reações que destacaram a pergunta que não quer calar: “Por quer Fabrício Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da primeira-dama?”

Costa faz a proposta que poderia salvar o país dessas garras truculentas: “Todos têm que colocar sua vaidade pessoal e partidária um degrau abaixo do interesse da nação. Todos devem se unir, demonstrar o quanto está sendo ruim e desastroso se não mudarmos o rumo do país”. Algo semelhante ao que o governador Flávio Dinho (PC do B) tenta fazer a partir do Maranhão.

Prudente, Costa acha que o debate para a construção de um programa de governo deve começar a esquentar, porém, só depois das eleições municipais e do pico da pandemia. Ele sabe muito bem que essa união não deveria se dar a partir de uma candidatura única no primeiro turno. “Mingau quente a gente come pelas beiradas”, ensina.

E sobre a posição do PT, o governador lembra que existem diferentes opiniões, como ocorre com a esquerda em geral.  Ao contrário de Lula, ele não vê problemas em sentar com  o DEM, PSDB e PSB, por exemplo. “Democracia, transformação política e social você só faz com diálogo”, afirma. E que essa disposição se espalhe entre todas as lideranças para frente ao capitão!      

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