Sérgio Vieira de Mello vive!

 Poucas vezes fiquei tão tocada com a morte de uma pessoa pública, como aconteceu em 19 de agosto de 2003, quando o brilhante e promissor funcionário da ONU,  Sérgio Vieira de Mello, morreu em Bagdá, entre outras 21 vítimas de um atentado terrorista. É um alento saber que a fundação que leva seu nome, liderada por seu único sobrinho e afilhado, André Simões, está botando a mão na massa para minimizar os trágicos efeitos da pandemia na cidade natal de Mello, o Rio de Janeiro que ele tanto amava.

A tragédia que matou o diplomata originou o Dia Mundial Humanitário, em homenagem àquelas mortes, que passou a ser celebrado em 19 de agosto. Dezessete anos depois, quando o planeta se asfixia diante da crise sanitária, a Fundação Sérgio Vieira de Mello já distribuiu mais de 25 mil refeições para moradores de rua no Rio, através da ONG que apoia, o “Projeto sem Fome”, criado por um grupo de voluntários.

Com a pandemia o Centro, repleto de lojas e restaurantes, virou quase que um deserto, agravando ainda mais a situação destes grupos vulneráveis, que dormem sob as marquises dos edifícios, sem ter o que comer. E se isso já acontecia antes da pandemia, depois dela piorou ainda mais. Ao entrar em contato com um desses moradores de rua, foi quase que uma iluminação para o sobrinho do diplomata: “Revivi a paixão de meu tio pelo trabalho humanitário”.

Tudo começou com a doação de um pão com margarina e um café perto de um terminal rodoviário no Rio, quando Simões se deparou com um faminto. Ao chegar em casa, ele ligou para amigos, contou o que viu e pediu ajuda. No dia seguinte, voltou ao local com 10 refeições. O mutirão cresceu e ganhou o apoio da Fundação Sergio Vieira de Mello, presidida pela viúva do diplomata, Annie Vieira de Mello.

E, assim como a miséria aumenta a olhos vistos, o projeto também ganha corpo, com o incentivo de novos aliados, voluntários e o reforço das redes sociais. Hoje, um galpão na Zona Portuária do Rio armazena as refeições, as doações de embalagens e um caminhão de comida que prepara alimentos. Quem já se juntou ao projeto é o grupo Bees of Love, de ações sociais, liderado por Georgia Buffara.

Como já dizia Sérgio Vieira de Mello, “o desenvolvimento humano é o processo de alargamento das escolhas dos indivíduos proporcionando a cada um a oportunidade de tirar o melhor partido das suas capacidades: viver uma vida longa e saudável, adquirir conhecimentos e aceder aos recursos necessários para um nível de vida decente". Sua memória, felizmente, permanece viva!

Comentários

  1. Vou compartilhar no Facebook, Celina!
    Também sou admiradora da valentia do Sergio e lamentei muito sua morte.
    Boa proposta humanitária, esta da fundação que leva seu nome.

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  2. Adorei, Celina! Também gostei bastante do filme, com o Wagner Moura fazendo o papel do Sérgio.

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  3. Eu já admirava ele, fiquei ainda mais encantada depois de ver o filme!

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  4. Você conhece mais uma pessoa, quando conhece seus ídolos. Parabéns Celina!!!

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  5. Esse era o homem para estar aqui por MUITO tempo ainda !

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