Aliança contra a destruição ambiental

A floresta Amazônica arde como nunca se viu. E o Pantanal não fica atrás. Até então, o único sinal de indignação eram os abaixo-assinados que circulam nas redes sociais. 

A boa notícia é a aliança inédita que acaba de ser formada entre 230 representantes do agronegócio e ONGs, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

Estão entre as sugestões do grupo a melhoria da fiscalização - ponto chave do qual abriu mão o atual ministro do Meio Ambiente, representante dos garimpeiros e dos grileiros. 

Assim como a suspensão dos processos de regularização fundiária para áreas desmatadas e a pressão para que o governo classifique como áreas de proteção 10 milhões de hectares pressionados pelo desmatamento .    

Em meio às cada vez mais claras manifestações das mudanças climáticas no planeta, com um governo inoperante diante da crescente degradação ambiental, despenca a posição de vanguarda brasileira não só na conservação ambiental, como por nossa matriz elétrica 84% renovável (63,8% hidrelétricas, 9,3% eólica, 8,9% biomassa e biogás, e 1,4% solar).

A Austrália, por exemplo, que gera 75% de sua eletricidade pelo carvão, principal vilão do efeito estufa, é alvo de uma ação judicial movida por grupos jovens do México e Portugal, junto a mais de mil menores de 35 países. 

“Não fomos às ruas por causa da Covid-19. Atuamos de outras maneiras para combater as mudanças climáticas”, disse ao El País o australiano Tom Webster Arbizu, de 15 anos. Nós aqui já teríamos, ao menos, meio caminho andado.    

Algo parecido ocorre com os incêndios, a cada ano mais devastadores, na Califórnia e Oregon, nos EUA, que já mataram ao menos 23 pessoas. Lá como cá, presidentes negacionistas não mexem uma palha para evitar o drama e se lixam para a devastação.

Bolsonaro chegou a proibir o Exército de combater os incêndios do Pantanal, cujo rastro de destruição afeta espécies como as araras azuis e as onças pintadas, que já tiveram 70% de seu santuário queimado.

Ontem Cuiabá, capital do Mato Grosso, amanheceu coberta de fumaça, que também chegou ao litoral paulista. Enquanto isso, as multas do Ibama despencam na região. 

Para o presidente, a ativista Greta Thunberg, 16 anos, não passa de uma “pirralha”. Se não temos Gretas por aqui, é um alento saber que a sociedade se mexe para preservar nossa mata e agir efetivamente contra o aquecimento global.

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