Atestado da ignorância
“Poucas vezes na nossa história o povo brasileiro esteve tão bem
representado por seus governantes. Ao assistir o show de horrores diário
produzido pelo “mito”, esse cidadão não é tocado pela aversão, pela vergonha
alheia ou pela rejeição do que vê. Ao contrário, ele sente aflorar em si o Jair que vive dentro de cada um, que fala aquilo que ele gostaria
de dizer."”
Associada ao auxílio emergencial e ao desempenho do papel de candidato, e não de presidente, a análise do doutor em sociologia política, Ivan Lago, ajuda a entender a popularidade de Bolsonaro.
Em meio ao discurso mentiroso à ONU, às queimadas nunca vistas
da Floresta Amazônica – que acaba de perder seis estados do Rio de Janeiro - e do Pantanal, às sucessivas denúncias de compra de imóveis com dinheiro vivo por
seus filhos, ex-mulheres e auxiliares, como captar essa ascensão do capitão corona na última pesquisa do Ibope?
Isso sem falar nas trágicas estatísticas da pandemia do coronavírus, que já beiram os 140 mil óbitos e passam de 4,6 milhões de infectados. Será que ninguém foi capaz de enxergar a maneira desastrada, incompetente e criminosa como o governo federal conduziu a mais grave crise sanitária dos últimos séculos?
“No “mundo real” o brasileiro é preconceituoso, violento, analfabeto
(nas letras, na política, na ciência... em quase tudo). É racista, machista,
autoritário, interesseiro, moralista, cínico, fofoqueiro, desonesto”, avaliou
Lago, como já foi dito aqui. Infelizmente, coberto de razão.
O “brasileiro médio” gosta de hierarquia, ama a autoridade e a família
patriarcal, condena a homossexualidade, vê mulheres, negros e índios como
inferiores e menos capazes, tem nojo de pobre, embora seja incapaz de perceber
que é tão pobre quanto os que condena. Vê a pobreza e o desemprego alheio como
falta de fibra moral, e percebe a própria miséria e falta de dinheiro como
culpa dos outros e falta de oportunidade." É o retrato falado de Ivan Lago do momento em que vivemos, turbinado pelo total abandono à Educação.
Quando parece que as pessoas vão acordar desse pesadelo, elas mergulham ainda mais nele. De cabeça. E arrastam consigo uma quantidade de brasileiros que ainda
sonha com um país mais justo, democrático, sensível, tolerante e amoroso. Quando essa tragédia terá um fim?
Você pergunta...só se muda uma nação através da educação.
ResponderExcluirPois é, o projeto de Brizola, um dos mais consistentes do país, foi assassinado pelos seus sucessores
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