Raposa que cuida do galinheiro

 


A Floresta Amazônica e o Pantanal queimados não têm volta. Só que foi cartão vermelho ao cancelamento das normas protetoras dos manguezais e das restingas, vigentes desde 2002, a mais nova barbaridade do ministro dos garimpeiros, dos fazendeiros do gado, e agora das indústrias do turismo e do concreto, Ricardo Salles.

A histórica decisão, que atendeu a uma ação popular e fez história, foi da juíza federal Maria Amélia Almeida Senos de Carvalho, da 23ª Vara Federal Criminal. A liminar, "por evidente risco de danos irrecuperáveis ao meio ambiente", contudo, é provisória. 

Toda essa confusão, porém, nasce de outra juíza, Rosa Weber (como ela consegue dormir à noite?), do STF. Em seu gabinete descansa, há mais de um ano, a ação contra as mudanças no Conama.

Como se sabe, o Conama foi desidratado pela redução de 96 entidades da sociedade civil para apenas 23 membros no governo Bolsonaro. Em três horas, a reunião do órgão decidiu não apenas dar cabo do mais extenso manguezal do planeta e das restingas, como autorizou a queima de lixo tóxico pelos fornos da produção de cimento

O Conama é presidido pelo vilão Salles, a raposa que cuida do galinheiro e abriu a porteira para a boiada passar.

Se, ao fazer vista grossa aos incêndios ele favorecia aos fazendeiros de gado, grileiros e garimpeiros, dessa vez deu uma força à indústria hoteleira e às fazendas de camarão. 

Ao favorecer a indústria do cimento, Salles emporcalha nossos pulmões. Resta saber quem iria se hospedar em projetos criminosos e consumir esse tipo de crustáceo. 

Claro está que, apesar dos pedidos de afastamento pelo MPF pela “intenção de enfraquecer a proteção ao Meio Ambiente”,  esse asqueroso mauricinho nada mais faz do que as vontades do chefe. Caso caia, Bolsonaro põe outro igual no lugar.

Até então, o Brasil tinha a maior extensão contínua de manguezais do mundo, berçário das espécies marinhas e fluviais. Ignorante como é, Salles deve olhar para aqueles arbustos retorcidos e achar que eles são horrendos e não têm valor. Ou seria movido por acordo$ irresistívei$?

As restingas, por sua vez, formam barreiras contra a ressaca marinha, que abrigam importantes espécies, além da flora usada para fabricar medicamentos.

O médico gaúcho radicado no Rio, Oskar Metsavaht, criador de marcas de sucesso internacional, patrocinador do replantio de mais de 36 mil mudas na restinga de Ipanema ao Leblon, não se conformava com o ministro “contra o Meio Ambiente.”

Qual será o próximo absurdo cometido por Salles? Até quando essa criatura esdrúxula vai se manter no poder para destruir nossa natureza, maior patrimônio dos brasileiros?

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