Vacinas para um mundo melhor
Apesar da confiança que inspira a vacina que será lançada pela Universidade de Oxford e o Laboratório AstaZeneca, a história mostra que imunizantes também podem trazer reações mortais ao organismo. Sobretudo de raras reações autoimunes, como teria sido a mielite sofrida pela voluntária britânica que paralisou os testes. Como os estudos voltaram - agora os testes no Brasil dobraram para 10 mil voluntários -, mesmo sem maiores esclarecimentos dos fabricantes, torçamos para que não seja o caso.
Conforme a Veja, David Lewis, jovem soldado americano, morreu em 1976 de uma nova cepa de influenza, então batizada de gripe suína. Gerald Ford, herdeiro da presidência de Nixon, afastado por impeachment, foi o primeiro a se vacinar. 45 milhões de americanos fizeram o mesmo. Só que 450 deles desenvolveram a síndrome de Guillan-Barré, que provoca dores intensas e paralisação. Trinta morreram. E da gripe, que não se espalhou, o único óbito foi o de Lewis.
Acontece que a Guillan-Barré decorre de infecções que causam inflamação na medula espinhal, na mesma bainha de nervos da coluna que atinge a mielina, que acometeu a britânica. Ao negar maiores esclarecimentos, a AstaZeneca só faz lançar insegurança entre os mais cautelosos...Não por acaso, os EUA ainda aguardam mais detalhes do fabricante para liberar a continuidade dos testes.
Outra
situação dramática aconteceu em 1953,
quando a Cutter Laboratories, por erro, usou um vírus vivo na fabricação
de seu imunizante. Dos 220 mil vacinados nos EUA, 70 mil desenvolveram fraqueza
muscular, 164 ficaram paralíticos e dez morreram. Mesmo assim, o ‘incidente
Cutter’ não impediu que a vacina contra a pólio erradicasse a doença, num dos
maiores sucessos da história da medicina.
Assistimos hoje
a uma das maiores corridas da ciência para afastar de vez o fantasma do
coronavírus, que paralisou o planeta de uma forma nunca vista no último século.
São mais de 170 imunizantes em testes, os mais adiantados deles, 0o de Oxford
e da chinesa Sinovac, já anunciada pelo governador de São Paulo que chegará ao
SUS em dezembro, através da parceria com o Butantã. Ambas são testadas entre
milhares de brasileiros e farão troca de tecnologia para futuras produções.
Após meses de isolamento, sem que as autoridades possam continuar a pedir às
pessoas para ficar em casa, o novo normal passou a ser associado à frequente
higiene das mãos e ao uso de máscaras – aumenta, inclusive, a produção dessas
proteções degradáveis, em resposta à montanha dos novos ítens poluentes que
passaram a ser descartados na natureza.
Muito se
sofreu e muito se aprendeu enquanto essa página não vira. Esperamos que para um
planeta livre da Covid-19, mais humano, mais sábio e melhor do que quando a
doença se instalou.
Boa. Gostei.
ResponderExcluirA expectativa só faz aumentar...
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