Milícias digitais tentam fraudar eleições

 


Qualquer comparação entre Brasil e EUA sempre nos deixa no chinelo. A não ser quando se trata de eleições. Enquanto eles levaram dias para definir o futuro presidente (o piti de Trump não vem ao caso), na noite de domingo já sabíamos quem eram os eleitos e candidatos ao segundo turno nas eleições municipais. Isso posto, primeiro foi o 03, Eduardo Bolsonaro, propondo que voltássemos ao velho sistema dos papeis. E agora o papai. 

Pior, contudo, é a conclusão do presidente do TER, ministro Luís Roberto Barroso: nosso sistema sofreu ataques de hackers, para inocular na população o vírus da dúvida sobre as eleições. Essa mania de Trump e Bolsonaro, que já havia questionado até os resultados de sua vitória em 2018.

Na manhã de domingo, redes clandestinas de hackers teriam feito uma compra ilegal na darkweb, que permitiu o ataque aos serviços pelo qual computadores zumbis, infectados por vírus sem que seus donos tivessem conhecimento, tentavam gerar milhares de acessos simultâneos a um portal para tirá-lo do ar. Tudo para fabricar teorias conspiratórias.

Por uma hora, o TER foi sofreu ataques de 30 gigabaites por segundo. Na prática, era como se 436 mil computadores tentassem acessar a página por segundo. O ataque foi contido e só causou maior lentidão no processamento dos dados. A iniciativa criminosa, contudo, teve êxito parcial em seu propósito: só a boataria de risco no sistema gerou uma gigantesca onda de informações sobre fraude nas eleições.

A estratégia foi desvendada pela ONG SaferNet, em parceria com o MP. O plano teria começado em outubro, com os contatos obtidos pelos hackers sobre ex-servidores e ex-ministros da corte. E adivinhe quem estava por trás? Dezenas de militantes bolsonaristas, alguns já investigados nos inquéritos de notícias falsas e atos antidemocráticos em tramitação no STF.

“É uma operação cujo objetivo não era causar dano material, mas psicológico. É você criar a suspeita, inocular na população o vírus da dúvida sobre a integridade, a lisura e a segurança do processo eleitoral”, disse o presidente da SaferNet, Thiago Tavares ao El País.

Mesmo com o maior controle das redes nessas eleições, a baixaria bolsonarista continua em curso. A PF investiga e o presidente dá suporte às trapalhadas...é só uma palhinha do que virá por ai em 2022.   

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