Efeito ignorância na pandemia
Em 1904, a desinformação prestou o péssimo serviço de reduzir de 23.021 para 6.036 o número de pessoas imunizadas contra a varíola. Foi justamente quando a obrigatoriedade e politização entraram em cena e eclodiu a Revolta da Vacina. Naquela época, opositores ao imunizante estimulavam campanhas negacionistas – como a de nosso atual presidente.
Foram 3.500 óbitos na
capital federal, contra as quase 170 mil mortes provocadas pela pandemia até novembro de 2020.
Entre as mentiras disseminadas no passado, a vacina contra a varíola poderia provocar de gangrenas a epilepsia, além de sífilis e até características bovinas, como nascimento de chifres, casco ou pelo de animal.
Enquanto Oswaldo Cruz explicava à população o que era a vacina, opositores alardeavam que ela introduzia doenças no corpo das pessoas, um projeto de assassinato em massa.
As próximas vacinas, conforme os atuais terraplanistas, provocam o autismo e injetam um nanochip acionado pela tecnologia 5G, capaz de diminuir a imunidade e monitorar a geolocalização dos vacinados. Deve ter ai uma mãozinha de um Olavo de Carvalho...
Os dados são assustadores. De 13 a 22 de outubro, 66% do engajamento nas redes sociais foi contra a vacina do coronavírus. Só 5% se disseram a favor da obrigatoriedade. Para a OMS, é claro que o anacrônico movimento antivacina é uma séria ameaça ao combate à pandemia.
Em outubro de 2020, a taxa de imunização da BCG, contra a tuberculose, por exemplo, foi de apenas 63,88%.
O sarampo é uma doença que já voltou, como resultado dessas fake news. O Brasil, por sinal, aparece entre os países cuja cobertura vacinal mais regrediu, com taxa restrita a 70% para doenças como difteria, tétano e coqueluxe.
Pelo
andar da carruagem, imagine o que teremos pela frente, com um presidente negando essa
ou aquela vacina ao sabor de seus interesses políticos, até agora sem nenhum planejamento de campanha para
as próximas etapas de distribuição e vacinação, ou real preocupação com a saúde pública.
(Fonte: El País)
O maior desafio será a criação de um imunizante contra a estupidez de Bolsonaro e a ignorância de seus seguidores...
Me salve meu padim pade Ciço...
ResponderExcluirE a todos os brasileiros vítimas desse crápula!
ResponderExcluirNão querem tomar a vacina? Pois que morram.
ResponderExcluirO problema é que a tal da imunidade nao rola...
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