Por quê votos no papel?

 


Por que Bolsonaro e seu filho Eduardo defendem com tanto ardor a volta do voto no papel? A resposta está na reportagem do Jornal do Brasil de 17 de novembro de 1994, cujo título era “Roubo no varejo”. 

Na 24ª Zona Eleitoral (Bangu e Senador Camará), o juiz Nélson Carvalhal descobriu quatro cédulas falsas, feitas de papel mais fino. Adivinhem a quem elas beneficiavam? Aos deputados federais Jair Bolsonaro (PPR), Álvaro Valle (PL), Vanessa Freire (PMDB) e Francisco Silva (PP).

A reportagem começava assim: “Dessa vez, não se descobriram grandes fraudes, as irregularidades voltaram a acontecer no varejo”. A juíza Vilma de Almeida , da 70ª Zona Eleitoral (Paracambi), foi uma que anulou cerca de 200 votos, de cédulas preenchidas com caligrafia idêntica. Entre os 22 mil eleitores da região, ao suspeitar de fraude, a juíza suspendeu a apuração de 76 urnas.

Na 25ª Zona Eleitoral (Santa Cruz), prossegue a reportagem, o juiz Roberto Ribeiro descobriu 16 votos fantasmas ainda no primeiro turno das eleições. “Um casal que trabalhou na eleição, em 3 de outubro – e por isso votou fora de sua seção – percebeu que foi vítima de fraude. 

Dispensados no dia 15,  notaram depois, em sua seção, que alguém havia falsificado suas assinaturas no primeiro turno. O juiz investigou e descobriu outros 14 casos idênticos. O Ministério Público abriu inquérito. Também na 25ª (Guaratiba e Santa Cruz), 79 cédulas foram preenchidas com a mesma caligrafia e acabaram anuladas".

O texto relata ainda outra irregularidade, descoberta na 77ª Zona Eleitoral (Duque de Caxias). “O candidato a deputado estadual Toninho Duarte (PDT) teve 28 votos na 81ª seção (Nova Friburgo), mas quando os votos foram passados para o boletim nenhum voto foi registrado em seu nome”.

Alguma dúvida sobre a defesa intransigente pelos Bolsonaro de método tão sujeito a fraudes, ainda por cima junto à intenção dessa campanha orquestrada para provocar dúvidas na lisura das urnas eletrônicas, conforme tem denunciado o ministro Luís Alberto Barroso? 

Imaginem a farra que o presidente não faria em 2022, colocando a seu serviço as milícias eletrônicas. Elas teriam apenas de se adequar a esse sistema arcaico, ainda usado pelos EUA, onde levam dias para aferir os resultados. Enquanto nós sabemos na mesma noite das eleições.

Não se trata apenas de mais um negacionismo. Com seu futuro eleitoral cada vez mais incerto, ficam claras as (péssimas) intenções de Bolsonaro para as eleições presidenciais. Não passarão!

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