Trapalhadas do clã

 


Não é a primeira vez que Eduardo Bolsonaro, o 03, cria caso com a China, nosso maior parceiro comercial. 

Se em março ele comparou a pandemia ao acidente nuclear de 1986 em Tchernóbil, na Ucrânia, como se a China tivesse provocado a crise sanitária, agora declarou apoio do governo à aliança Clean Network, patrocinada por Trump (a ficha dele ainda não caiu de que o aliado já era), “criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”.

Claro que a diplomacia chinesa voltou a chiar. Afirmou que o parlamentar “solapou” a antiga relação amistosa entre os países com “declarações infames” e que o Brasil poderá “arcar com as consequências infames”.

E sabe o que o Itamaraty fez? Partiu para a defesa do 03, em detrimento do país que representa. Sim, porque Ernesto Araújo não exerce o cargo de chanceler para cuidar dos interesses brasileiros, e sim da família Bolsonaro.

“O tom e o conteúdo ofensivos e desrespeitoso da referida “declaração” prejudicam a imagem da China junto à opinião pública brasileira”. Onde Araújo estudou para dar uma resposta dessas, em que inverte o ônus dos culpados?

Enquanto isso, deputados pediram a Rodrigo Maia para pautar a saída de Eduardo da presidência da Comissão de Relações Exteriores. Reação digna de um Legislativo que preza os interesses nacionais. 

Em 2019, o país exportou US$ 62,87 bilhões para China e, nesses 11 meses de pandemia, houve um aumento de 11% nessas exportações, de soja, petróleo, carne bovina e celulose. É pouco ou quer mais?

Como se não bastasse, o 01 e o 02 encalacrados com denúncias de práticas de rachadinha, Jair diz que não vai comprar a CoronaVac chinesa, provavelmente a primeira a ser disponibilizada ao país. E agora vem esse filhinho de papai despreparado ameaçar nossos interesses comerciais. 

Imagino a família sentada à mesa, cada um contando mais vantagem que o outro diante dos disparates que cometem. O fato é que, com a redução à metade do auxílio emergencial, a popularidade do presidente caiu em 23 das 26 capitais. 

O índice dos que consideram sua gestão péssima subiu e não houve nenhum registro de aumento na aprovação.

Fora que dos seis prefeitos apoiados por Bolsonaro, quatro perderam as eleições e tudo indica que Crivella vai se juntar a eles neste domingo. A vocação do 03, como se sabe, é para vendedor de hambúrguer. Mantido nessa função, não atrapalharia ninguém...

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