Vacinas ainda em banho-maria

 




Ainda nem sabemos quando as vacinas chegarão ao Brasil e muitos já se perguntam se vale a pena tomar mais de um imunizante. A resposta de especialistas é: não. Para o patologista USP, Paulo Saldiva, ouvido pelo site R7, como ainda não existem conclusões científicas sobre isso, até porque não há voluntários testados para mais de uma vacina simultaneamente, “o mais prudente, antes que sejam conhecidos os efeitos de cada imunizante, é tomar as doses de um único fabricante.”

O pior é que a ansiedade pelas vacinas ainda parece longe de ser sanada. Quando o Brasil fechou acordo para comprar 100 milhões de doses da vacina da Universidade de Oxford, produzida pelo Laboratório AstraZeneca, através de parceria com a Fiocruz, a previsão de entrega do primeiro lote era para dezembro. Foi adiada, porém, para março, e a terceira fase segue em andamento.

A única das quatro testadas por aqui que parece corresponder às expectativas é a CoronaVac, da chinesa Sinovac, que acaba de anunciar a conclusão da fase 3. Com eficácia de 97%, conforme a Revista Lancet, ela só vai depender da aprovação da Anvisa, além de uma mudança de ideia de Bolsonaro, que contradisse seu ministro da Saúde e negou a possibilidade de o governo comprá-la. Seis milhões de doses virão prontas da China e 40 milhões serão produzidas aqui. 

Sobre as vacinas da Pfizer e da Moderna, ambas com a fase 3 já concluída, também não há confirmação de comora pelo ministério da Saúde. A Moderna pode ser armazenada em frigoríficos a até 2°, contudo, não se sabe se o país terá tecnologia para manter o elixir da Pfizer a menos de 70°.

O ministério pretende ainda  conversar com a empresa indiana Bharat Biotech, que desenvolve a vacina Covaxin, em parceria com Instituto Nacional de Virologia do Conselho Indiano de Pesquisa Médica. Também em fase 3, não há previsões de conclusão para ela.

Ontem, a Conversas com o Meio, de Pedro Dória, com a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Babbabai, foi uma ducha de água fria. Também sem fazer nenhuma estimativa sobre quando começará a vacinação, ela acha que a chegada do imunizante não acabará com a necessidade do uso de máscaras ou de isolamento.

Embora admita que estamos mais evoluídos que na época da gripe espanhola, de 1918, dificilmente a volta ao ‘normal’ ocorrerá em menos de dois anos, como ocorreu no passado.

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