Culto à contaminação e à morte


Passados 11 meses de pandemia, o Uruguai ostenta menos de 100 óbitos (contra os nossos mais de 182 mil). O sucesso de nosso vizinho no combate à pandemia se deve a Gonzalo Moratorio, que acaba de ser reconhecido pela Revista Nature como um dos dez cientistas mais importantes do mundo. O reconhecimento se deveu ao desenvolvimento de um teste que trouxe os resultados tão espetaculares a seu país.

Gonzalo se dedica há mais de 15 anos a estudar a evolução dos vírus, bagagem que o conduziu à tão bem sucedida experiência, agora, como pesquisador responsável pelo Laboratório de Evolução Experimental do Vírus do Instituto Pasteur de Montevidéu. Foram 150 mil testes, o que inseriu o Uruguai no hall dos países do planeta que mais testaram em casos de positivos detectados.  “No final, conseguimos uma receita fácil de reproduzir, que tinha a mesma sensibilidade e especificidade de qualquer um dos testes recomendados pela OMS”, resumiu ele ao El País.  

Inveja do bem. Por aqui, o cenário lembra um revival do Festival de Besteiras que Assola o País, o Febeapá, de Stanislau Ponte Preta (1923-1968). Quarta-feira o presidente se mostrou mais flexível, se mantendo, porém, firme em alardear que não vai se vacinar. 

Seus motivos são claros: até agora o único imunizante disponível no país é a CoronaVac, do inimigo político, de origem chinesa, país que ele tanto ataca – apesar de ser nosso principal parceiro comercial. O outro foi  admitido por ele na quinta feira: "não vai ter vacina para todo mundo". Então tá, deixa todo mundo morrer.

Faz parte desse pacote a absurda exigência de um termo de responsabilidade a quem for se vacinar com imunizantes emergenciais. Mais uma ducha de água fria para estimular os brasileiros que não pretendem se vacinar. De 9%, eles saltaram para 22% pela última pesquisa da Folha. Por essas e outras, assistimos à volta do sarampo no Brasil e no mundo. 

E depois de um longo período em silêncio, Pazuello voltou a aparecer em público, sem máscara, assim como o chefe, e deu a largada a seu bestiário: “Se houver demanda vamos comprar (a vacina)”, sucedido pela pérola “Para que essa angústia, essa ansiedade?”. 

Isso, fora o caótico plano que anunciou. É óbvio  o por quê de manter calado o general que comanda o ministério da Saúde, treinado para matar

Se alguém ainda não entendeu sentimentos tão incompreensíveis para Pazuello, vai aqui uma dica: a desinformação, no culto à contaminação e à morte.

Comentários

  1. E a aprovação ao governo Bolsonaro se mantém em nível alto, eu diria, em meio a tantos desmandos e tanta insensatez mórbida. É tão absurdo que passa pela minha cabeça que os institutos de pesquisa erram. Impossível conter este pensamento. Ele vem.

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  2. Mes que vem, qdo terminar o auxílio emergencial, isso vai mudar

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