Roteiro para um impeachment

 


Cena Um: Ainda na transição do governo Temer para o Bolsonaro, Carlos, o 02, tentou instalar uma estrutura paralela à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) dentro do Palácio do Planalto, descartada pelo general Heleno, chefe do GSI.

Cena Dois: Em agosto, o chefe do GSI e o diretor da Abin, Alexandre Ramagem – candidato de Bolsonaro para dirigir a PF -, se reuniram no Palácio do Planalto, fora da agenda oficial, com as advogadas de defesa de Flávio Bolsonaro. Embora nenhuma das partes admita, o objetivo era encontrar nos órgão federais orientações para livrar o 01 do processo de rachadinhas na Alerj.

Cena Três: Em 5 de dezembro, o auditor-fiscal Christiano Paes Leme, chefe do Escritório da Receita Federal, com 13 anos de casa, foi exonerado “a pedido”. Porém, conforme a Folha, a causa foram as pressões da defesa do agora senador Flávio Bolsonaro. Paes Leme teria sido figura chave no levantamento das operações financeiras do filho 01.

Cena Quatro: Na semana passada, a Época revelou que a Abin enviou relatórios às advogadas de Flávio para ajudá-las a livrar seu cliente da Justiça, anulando a ação das rachadinhas. Segundo o UOL, o argumento para a anulação incluiria dados fiscais do 01, ilegalmente acessados por funcionários da Receita Federal (a Cena Três é uma das consequências da Cena Quatro).

Cena CincoO GSI e a Abin desmentem o envio do relatório.

Cena SeisO PGR Augusto Aras, fantoche de Bolsonaro, considera a denúncia da Época gravíssima, porém, diz que  faltam provas. É a raposa cuidando do galinheiro.

Cena SeteA Cruzoé publicou ontem que os tais relatórios produzidos clandestinamente por arapongas da Abin paralela para orientar a defesa de Flávio Bolsonaro, no caso das rachadinhas, foram enviados ao filho do presidente pelo próprio diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem.

Cena Oito - A ministra Carmem Lúcia, do STF, determina que a PGR investigue a suposta produção de relatórios pela Abin para orientar a defesa do 01, que podem configurar "prevaricação e crimes de responsabilidade e improbidade administrativa", entre outros.

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência...

Comentários

  1. Espero ansioso as cenas dos próximos capítulos.

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  2. Os fatos devem ser vistos como processo ainda sem direção objetiva, outros elementos estão sobre esse tabuleiro que, contra o nosso desejo, podem apontar outros rumos diferentes dos que gostaríamos. O jogo ainda está senso jogado.

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  3. O Maia engavetou os pedidos de impeachment e no apagar das luzes não vai colocá-los em pauta. Ele tem medo do Bolsonaro e fica no trio-elétrico, como fez ontem. É covarde e cúmplice do Bolsonaro.

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  4. Até que ele está mostrando habilidade na costura da sucessao, pelo menos. Admito que teve dose de covardia dele nao acolher um daqueles 30 pedidos de impeachment, mas com aquela popularidade é complicado.

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