Quem vai deter o celerado?
Consecutivos desleixos do Exército e do Congresso levaram Bolsonaro à presidência do Brasil, como bem demonstra sua biografia no CPDOC da Fundação Getúlio Vargas, pinçada pelo colunista Merval Pereira. A tortuosa trajetória do capitão começa no 8º Grupo de Artilharia de Campanha, quando foi preso, em 1986, por seu artigo publicado na Veja “O salário está baixo”. No ano seguinte, a mesma revista revelava seu plano de explodir bombas em várias unidades e quartéis do Exército. Irritado, o ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, o convocou. Bolsonaro acabou na reserva, em 1988, e a história não deu em nada.
Geisel o considerou “um mau soldado”, enquanto
o coronel Pellegrino escreveu que Bolsonaro tentava liderar
oficiais subalternos – como continua a fazer -, mas não conseguia por “falta de
lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos”. Foi
acusado em julgamento do STM de “grave desvio de personalidade”. Em seu
primeiro mandato como deputado federal defendeu, em 1991, o retorno ao regime
de exceção e fechamento do Congresso.
A história
virou ação penal por crime contra a Segurança Nacional. Também não deu em nada.
Em 1994, quando falsificou suas células eleitorais, disse preferir “sobreviver
no regime militar a morrer nessa democracia”.
Em 1999, a Mesa Diretora da Câmara propôs sua
suspensão por ter dito que “a situação do país seria melhor se a ditadura
tivesse matado mais gente”, inclusive Fernando Henrique, cujo fuzilamento
voltou a defender depois. Nada aconteceu. E quando votou a favor do impeachment
de Dilma homenageou o torturador Brilhante Ustra.
Na
presidência, volta a usar e abusar de seus métodos escusos, com a blindagem da
PGR, da PF, da Anvisa e a pressão para eleger Arthur Lira no comando da Câmara
para livrá-lo do impeachment. Isso sem falar na aprovação aos criminosos atos
do ministro Ricardo Salles, à diplomacia de Ernesto Araújo que nos priva dos
insumos da vacina, do inoperante ministro da Educação, da reacionária Damares e
do pau mandado no ministério da Saúde, que levou o país a mais de 210 mil
mortos e à falta de oxigênio no pulmão do mundo.
Até quando
esse celerado vai continuar sua missão de destruir o que ainda resta de Brasil sem
que ninguém consiga detê-lo?
Pelo andar da carruagem, não sei. Excelente editorial.
ResponderExcluirParabéns
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