Aos milicos, tudo


 Nesse momento em que a Petrobras perde R$ 100 bilhões em valor de mercado – mais do que três meses de Bolsa Família –, que o governo não sabe de onde tirar o necessário auxílio emergencial e não consegue abastecer o país com vacinas, é de estarrecer o gasto com os militares. 

Como a Saúde, foi o único a ter aumento no orçamento, que chegou a R$ 118 bilhões. Só nos últimos dois meses, a União pagou R$ 128,2 milhões de pensões às 68 mil filhas de militares, só do Exército. Marinha e Aeronáutica não contam.

A aristocrática casta acumula benefícios desde o século XIX, devidamente turbinados pelo atual governo. Em 2019, o déficit com inativos e pensionistas das Forças Armadas, correspondentes a apenas 1,16% dos aposentados no país, respondeu por 15,4% do rombo total da Previdência.

Com a reforma da Previdência, os milicos mantiveram os direitos à aposentadoria igual à última remuneração, hoje em R$ 30 mil, e de paridade, com igual reajuste entre inativos e da ativa. E, como a alíquota de contribuição, até então de 7,5%, passou a ser de 10,5%, tome de penduricalhos incorporados ao salário para compensar as ‘perdas’.

Foram R$ 3,7 bilhões em 2019 só de gratificações, auxílios e outros adicionais, como de habilitação, de compensação por disponibilidade militar, por localidade especial, alimentação, assistência médico-hospitalar e ajuda para uniformes. 

Os que fizeram cursos de especialização ganharam um acréscimo de 3%, e de 12% para quem fez Altos Estudos.

Hoje são 5.438 generais no país, sendo 5.290 da reserva, que custam à União R$ 1,7 bilhão por ano. Há 148 na ativa, mais 16 no Alto Comando. Durante a ditadura, estes últimos faziam contraponto ao general-presidente da vez. Agora, integram uma estrutura cara, de utilidade discutível.

Como se sabe, o Planalto está saturado de milicos. Só entre os ministros eles são 1/3. Apesar do aumento de R$ 22 mil para R$ 30 mil para o teto da carreira, eles ainda reivindicam o ‘direito’ de acumular soldo e salários, sem levar em conta o teto constitucional de R$ 39,4 mil de ministro do STF.

Isso sem falar nas mordomias escancaradas em compras de picanhas, filés de bacalhau e cervejas especiais, entre outras iguarias. Detalhe: a última guerra enfrentada pelo país foi contra o Paraguai, de 1864 a 1870. (Fonte site DCM)

Por que cargas d’água eles abririam mão de tantas vantagens, mesmo com essa dramática escalada da fome no país?

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tudo muito inverossímil

Trump é o Hitler do século 21

Gonet confraterniza com bolsonaristas