Nem tudo está perdido

 


Confuso o rescaldo das primeiras ações dos novos comandantes da Câmara e do Senado alinhados a Bolsonaro. Na quinta-feira, o cacique Rodrigo Pacheco saiu do interrogatório ao Ministro Pazuello – um desastre, que ouviu calado críticas a Bolsonaro e a si próprio e que não tem formação em Logística! – com panos quentes: “temos que acreditar no que ele diz, que vai vacinar todos os brasileiros até o fim do ano”, tergiversou, quando todos vemos a catastrófica gestão do pau mandado do presidente que, pasmem, continua a defender a cloroquina.

Pacheco tenta adiar a decisão pela abertura da CPI da Pandemia, que até a noite de quinta-feira tinha 31 assinaturas – uma a mais, portanto, do que o necessário. O governo lançou Pazuello às feras do Senado justamente para tentar impedir que essa CPI vá para frente.

Na câmara, o esperto Arthur Lira estreou a primeira votação com a autonomia ao Banco Central, questão de longa data consensual entre os parlamentares. Qual a importância da independência do BC diante da votação sobre o auxílio emergencial e o orçamento? Ganha uma lata de leite condensado quem responder.

O mais surpreendente foi a pressão de Lira à Anvisa para a rápida aprovação da vacina russa Sputinik V, deixando a Bolsonaro a saia justa de vetar o prazo de cinco dias dado pelos parlamentares para essa liberação. Seria ótimo se o interesse fosse de fato a saúde dos brasileiros. Sabe-se, porém, do lobby que mobiliza e envolve parlamentares com a ‘causa’.

Enquanto isso, Bolsonaro faz jogadas de mestre. Atua pela absolvição de Lula – o candidato ideal para enfrentá-lo em 2022, porque não leva. E desmonta o Centro, enfraquecido pelos rachas do DEM e do PSDB.

Embora só tenha falado de armas quando apresentou suas prioridades ao Congresso, caiu a ficha de que o (necessário) auxílio emergencial vai lhe devolver a popularidade perdida.

Só que surgem novas peças nesse cenário de devastação. Os próximos passos de Rodrigo Maia nesse xadrez ainda são desconhecidos. Cidadania, Partido Verde e Rede ensaiam uma fusão para fugir da cláusula de barreira, quem sabe com Luciano Hulk como candidato. Este, conta com os suportes, entre outros, de Paulo Hartung, Roberto Freire e Armínio Fraga, além de ser popular em todo o país. 

Também corre à boca pequena, para esta mesma fusão, o nome da empresária Luiza Trajano, do grupo Mulheres do Brasi e do Magazine Luiza, que prometeu vacinar todos os brasileiros até setembro. Ela seria a titular e Hulk, seu vice. 

E no meio da guerra travada no PSDB surge um nome que esbanja frescor, Eduardo Leite, o governador do Rio Grande do Sul, disposto a enfrentar o paulista João Dória. Nem tudo, portanto, está perdido.

Comentários

  1. Com todo respeito, achar que o jovem governador do Rio Grande do Sul é um frescor, é um pouco de mais!!!

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  2. Frescor no sentido de ser um prrsonagem novo na politica brasileira

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