S.O.S Museu Nacional
A última dos bolsonaristas, que primam por pisotear nossa Ciência e Educação, é limitar o Museu
Nacional – mais antiga instituição
científica do Brasil até setembro de 2018, quando foi destruído pelo incêndio,–
ao papel de centro turístico e residência da família imperial. Entre os defensores desse absurdo está o deputado Luiz Philippe de Orleans e
Bragança (PSL), descendente dos imperadores.
E
adivinhem quem articulava a ideia no coração do governo? Acertou quem disse
Ernesto Araújo, fina flor da destrambelhada área ideológica. Como se não
bastasse isolar o país e sabotar a compra de vacinas, o chanceler chegou a
destacar auxiliares para acompanhar de perto a ideia de reformular a finalidade
do espaço.
O
Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e o Ministério do
Turismo também têm participado de articulações junto ao MEC para promover esse
retrocesso.
O grupo parece ter esquecido quem manda no pedaço, desde 1946. "Todas as áreas do Museu Nacional pertencem à UFRJ, que detém autonomia didática, científica e de administração financeira garantida pelo artigo 207 da Constituição Federal. A grosseira intenção configuraria não só ato descabido, mas também tirânico contra a autonomia universitária" posiciona-se a reitoria da UFRJ.
"O
projeto desenvolvido coletivamente estabelece o restauro do Paço de São
Cristóvão como patrimônio tombado pelo Iphan, mas também a reconstrução
simbólica do Museu Nacional (...) em consonância com as demandas contemporâneas”,
completa o Fórum de Entidades de Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro.
Na contramão do posicionamento da UFRJ, porém, o projeto
vencedor do restauro, do consórcio H + F Arquitetos, foi acusado por
especialistas de ignorar as heranças imperiais do nobre imóvel. Abordagens, portanto, paradoxais.
E foi
Alexander Kellner, antropólogo que assumiu a direção do museu em abril de 2018,
quem me chamou a atenção para o assunto, levantado pela Folha. Tenho
testemunhado sua luta incansável para recuperar o acervo que, por dois séculos, chegou a
reunir mais de 20 milhões de itens.
Além de
fundamental centro educacional difusor de Antropologia e da Ciência, a ideia
esdrúxula também parece ignorar a existência do Museu Imperial, em Petrópolis, 100% dedicado à
família que governou o país de 1822 1889.
André Miranda: "A ideia não é limitar o espaço do Museu, tampouco contrapor a ciênciaXhistória. O que se busca fazer é restaurar o palacio como era e dar destinação mais coerente com sua história. Então, a ideia seria de transferir o Museu Nacional para um prédio moderno e adequado às necessidades do de acomodação, exposição e guarda de seu acervo e no Palácio se fazer um museu histórico, com a reprodução das salas de Estado e outras de igual relevância, mantendo um acervo permanente e com salas para exposições temporarias, além de espaços culturais etc. Já o Museu Nacional, estaria sendo alocado em um espaço mais adequado, com salas de exposição permanente, salas de exposições temporárias, salas para guarda da reserva técnica é salas para pesquisa próprias a suas necessidades. Lembro, por oportuno, que o Museu Nacional foi criado por D. João VI e não era no Palácio de São Cristóvão, mas no Campo de Santana onde hoje é o Arquivo Nacional. Também se faz necessário lembrar que o Museu pegou fogo e perdeu mais de 90% do seu acervo pela má gestão da UFRJ. Em julho de 2018, eu protocolei uma denúncia no MPF alertando para o perigo de incêndio no Museu e desabamento das Cavalariças Imperiais, área tão almejada pela UFRJ. Infelizmente, as autoridades tardaram a tomar providências e o Museu pegou fogo. Se fossemos um país sério, toda a administração do Museu teria sido afastada, mas aqui, além de permanecerem, ainda conquistaram os espaço desejado das Cavalariças, receberam milhões pata a restauração, que agora se recusam a fazer, para tornar o interior do Palácio um espaço modernista, descaracterizado o prédio de sua arquitetura original. Esse é o ponto; a UFRJ está destruindo a história do local. E quanto a ciência, virou cinzas em 02 de setembro de 2018. Agora, o que se busca, é dar um espaço moderno, amplo e adequado ao Museu Nacional e restaurar o Palácio de São Cristóvão tão mal administrado pela UFRJ!"
ResponderExcluirVocê curtiu o comentário de Martha Locks: "Falar em má administração da UFRJ é fácil, passar recursos é difícil. Administrar com recursos é mole, onde estão os recursos da educação e cultura? E o Museu Nacional sempre precisou de muito recurso e nunca teve, assim como diversos prédios históricos neste país."
Agradeço pelos comentários altamente esclarecedores
ResponderExcluirA preocupação do atual governo com a cultura, a educação é conhecida.
ResponderExcluirOu seja, nenhuma
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