Próximos capítulos

 


Passado mais de um ano de pandemia, com mais de 300 mil vidas perdidas, eis que Bolsonaro resolve criar um comitê anti-Covid. Agora vai? Aparentemente, após recusar a compra de vacinas em tempo hábil, de sabotar o isolamento, dizer que máscaras trazem riscos à saúde, o presidente resolveu admitir que a situação é grave e que a imunização precisa ser acelerada. Teatro? Antes assim, entretanto.

Continua, contudo, a defender o tratamento precoce. Será que não acompanha os danos do kit-Covid já associados à hepatite medicamentosa? Será que não houve ninguém capaz de alertá-lo sobre isso ou Bolsonaro prefere priorizar o escoamento da droga que convenceu o Exército a produzir em larga escala, se lixando para a saúde da população? 

Rodrigo Pacheco, por sinal, idealizador do comitê, avisa que é ele quem vai dar as cartas. Boldonaro, pelo visto, será uma rainha da Inglaterra.

Houve, porém, outro pano de fundo na reunião de ontem entre o comando dos três poderes, ministros e governadores aliados (Pazuello era o único sem cargo presente), depois daquele arsenal de mentiras proferidas por Bolsonaro em seu pronunciamento.

Conforme analistas políticos, os líderes parlamentares queriam convencer o presidente a descartar Ernesto Araújo. Eles ouviram do embaixador da China que não tem negócio com as vacinas e insumos enquanto o chanceler for mantido. Já o embaixador dos EUA avisou que não vai haver nenhum envio de imunizantes ao Brasil enquanto Ricardo Salles continuar a avalizar a destruição de nossas florestas.

Em sabatina ontem no Senado Araújo levou cartão vermelho. Os senadores querem sua saída, ele, porém, não admite largar a rapadura.

Já se fala em mudanças ministeriais. E impossível saber, entretanto, se  Bolsonaro vai manter a versão paz e amor de quem se preocupa com a saúde dos brasileiros. Os sobreviventes acompanharão os próximos capítulos...  

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