Vilões da cloroquina
Os generais Fernando Azevedo Silva, recém defenestrado da Defesa; Edson Pujol, ex-comandante do Exército, Artur da Costa Moura, ex-chefe do Departamento-Geral de Pessoal (DPG), Paulo Sérgio de Oliveira, novo comandante do Exército e o obediente Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. Cada tem sua cota de responsabilidade.
Todos estão envolvidos com a
ordem de Bolsonaro para o Exército viabilizar recursos públicos
para produzir cloroquina.
O que terá passado pela cabeça do presidente quando fez a catastrófica determinação? Para quem já tentou empurrar pela goela do povo a pílula do câncer em seus tempos de deputado não chega a surpreender.
A bordo de seu negacionismo, inspirado em
Olavo de Carvalho e Donald Trump, não se sabe qual foi o cálculo de Bolsonaro:
se realmente achava que o remédio poderia ter eficácia, se via nele uma forma
de empurrar os mais remediados para o cadafalso ou se tinha que dar um jeito de
escoar a produção que turbinou.
Conforme a Folha, Bolsonaro fez a determinação a Azevedo Silva e ele cumpriu. O dinheiro foi destravado por Costa Moura e Oliveira assumiu o DPG após a transferência de recursos para a produção da cloroquina.
Pujol deu seu aval, do qual, às
vésperas da instalação da CPI da Pandemia, parece profundamente arrependido. Ele disse que Pazuello “ferrou o Exército”, segundo Ancelmo Gois. Ou seja, vamos assistir ao empurrar da batata quente.
Foi o
Laboratório Químico Farmacêutico do Exército que produziu 3,2 milhões de
comprimidos de cloroquina para fazer a vontade do presidente, a R$
1,1 milhão, que poderiam ter sido investidos em vacinas e salvado
muitas vidas. A produção está sob a mira do MPF e do TCU e logo será
investigada pela CPI.
Na época,
também ficou bem claro que a queda dos ministros Mandetta e Teich se deveu,
sobretudo, à recusa de ambos em incluir na lista do SUS medicamentos ineficazes no combate à Covid-19, apesar da insistência de Bolsonaro, que
repetidas vezes posou de garoto propaganda das drogas.
O futuro relator da CPI, senador Renan Calheiros, já tem em mãos o ofício em que o governo federal orienta a Fiocruz a divulgar e indicar a cloroquina e a hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19.
Será que haverá alguma
dificuldade em provar de quem foi a culpa por essa mórbida enganação?
Sergio Muylaert
ResponderExcluirÉ ÓBVIO O ESTRATAGEMA DO ESQUECIMENTO.
Nossa velha conhecida dos tempos da ditadura...
ResponderExcluirMaria Christina Monteiro de Castro
ResponderExcluirando tão perdida! são tantas CPIs, tantos culpados. Não sei como vão conseguir criar "limites"! entre os temas do momento: tratamento precoce, verbas desviadas, falta de insumos, comunicação improcedente, abuso de autoridade...e mais uns dez . As coisas foram se embolando. De todo modo, acho que chegamos a um limite . Vamos ver ...Bs, continue a escrever, a argumentar a informar, Celina Côrtes. Se não, eles escrevem, eles argumentam, eles informam. Detesto dividir em nós e eles, mas negar a divisão também é omissão...
· Responder · 2 h
Celina Côrtes
Infelizmente a divisão é inevitável. Não dá para compartilhar certas ideias...
Wilson Schmitt Filho Schmitt Schmitt
ResponderExcluirTratamento precoce salva-vidas com cloroquina
· Responder · 1 h
Celina Côrtes
De quem?