A farsa do voto no papel


 

Em 17 de novembro de 1994, Bolsonaro fraudou as cédulas nas eleições daquele ano, com votação no papel. Já falei sobre isso neste blog. O presidente disputava seu segundo mandato como deputado federal pelo Partido Progressista Reformador (PPR), onde esquentou a cadeira por dois anos (1993 a 1995).

Conforme o Jornal do Brasil, foram detectadas quatro cédulas falsas, que beneficiavam Bolsonaro, Álvaro Vale (PL), Vanessa Felipe (PSDB) e Francisco Silva (PP).

Segundo a denúncia, as cédulas eram de papel mais fino, o que levou à suspeita de fraude. Já em março de 2020, por sua vez, Bolsonaro prometeu mostrar provas "brevemente" de fraude na eleição de 2018. Ele alegava que deveria ter sido eleito no primeiro turno, e não no segundo. 

No embalo das confusões dos trumpistas, no dia seguinte à invasão do Congresso americano, Bolsonaro disse que a falta de confiança nas eleições levou "a este problema que está acontecendo lá" e que, no Brasil, “se tivermos voto eletrônico em 2022, vai ser a mesma coisa. Vamos ter problema pior que nos Estados Unidos”, previu.

E, apesar de as autoridades americanas negarem qualquer possibilidade de fraude, Bolsonaro continua a bater nessa tecla, com potencial de nos remeter a um passado indesejável, sem qualquer justificativa para um método 100% auditável.

E, nesse momento em que mal conseguimos nos manter em pé em meio à mais grave crise sanitária dos últimos séculos, esse desejo descabido do presidente nos custaria ao menos R$ 2 bilhões aos cofres públicos, como se tivéssemos alguma folga contábil. 

Fora isso, é um raro momento de sensação de superioridade, diante de um país que leva um mês para aferir seus votos nas eleições presidenciais.  

Diga-se de passagem, o voto pelos correios criticado por Bolsonaro não é igual ao do modelo brasileiro, que adota as urnas eletrônicas desde 2000. E, desde então, ele tem prometido apresentar provas, até hoje nunca exibidas.

Pesquisa Datafolha, de 8 a 10 de dezembro, mostrou que 73% dos brasileiros querem a manutenção das urnas eletrônicas. Já o voto no papel, abandonado nos anos 1990, tem sua volta pleiteada por 23% da população – bolsonaristas que, como o chefe, mantêm o ridículo pleito. 

Segundo o TSE, a adoção do voto impresso requer uma licitação "pautada por rígidos trâmites administrativos e burocráticos", além da necessidade de conseguir fornecedores capazes de atender mais de 500 mil urnas em todo o país. Ou seja, inviável para 2022.

Bolsonaro que invente outra para garantir sua cada vez mais improvável reeleição...


Comentários

  1. Exatamente
    Prove que não fraudou a eleição de 94 e que as urnas eletrônicas são violáveis. É só provar.

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    Respostas
    1. Claro que ele não tem interesse nem numa coisa, nem na outra

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  2. Maria Christina Monteiro de Castro
    "No pasarán" .....
    · Responder · Ver tradução · 2 min
    Celina Côrtes
    Maria Christina Monteiro de Castro assim esperamos!

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  3. Boa Noite

    Me chama muito a atenção a narrativa acima. Os detalhes da editoria brilhante chamou minha atenção. A título de pesquisa caso tenham conhecimento deste material sobre a fraude e os 2 Bilhões , onde posso buscar esta editoria. Quanto as urnas, é que não se imprime o comprovante. Isso que o povão deseja. Pois até bicheiro imprime comprovante do bicho. Então com tanta tecnologia , não há razão de não emitirem o comprovante. Não exatamente que voltará o voto impresso e sim um comprovante e que seja publicado imediatamente. Pois bem, caso possa contribuir com a minha solicitação, sou grato.

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