A hora e a vez do Partido Militar
Não é a primeira vez que falo
aqui no Partido Militar (PM). Em março, publiquei a conclusão do Intercept:
quem dá as cartas são os generais do entorno do presidente, que perceberam em
Bolsonaro o potencial eleitoral em falta aos fardados. Agora é o coronel
reformado Marcelo Pimentel quem alardeia: quem manda é o núcleo de
generais formados nos anos 1970 na Aman, integrante das Forças Armadas.
“Eles têm ideário e fundação similar a um partido formal. Seus dirigentes e o capitão sempre foram colegas e amigos próximos, desde 1973, quando conviveram na Escola de Cadetes do Exército”, diz Pimentel à Carta Capital. Na apuração do Intercept, o grupo já estaria farto das sandices do capitão e está em plena campanha pela reeleição. Só não seria certo se a escolha continuaria a recair em Bolsonaro.
Pimentel, contudo, vai em
outra linha. De saída, dá uma boa notícia. O PM não estaria
pensando em golpe. “Os generais certamente pensam: Para que ditadura, se temos o
poder?”
Os generais em questão se
formaram no auge da repressão dos anos 1970. Eles teriam voltado a se
estruturar sobretudo a partir da eleição de Dilma Roussef e da Comissão da Verdade. “O impeachment de Dilma foi o primeiro ato político do Partido
Militar, preparatório para o que havia sido esboçado em 2014, com a
possibilidade de lançamento da candidatura do capitão-deputado”, alega Pimentel, ativo nas redes sociais.
Após uma longa calmaria, a semente do movimento foi
plantada pelo general Villas Boas, ao tentar influir para que o STF negasse Habeas Corpus a Lula em 2018. Pimentel acredita que a indicação de Pazuello
para o ministério da Saúde veio do PM. “Nesse caso, a sociedade
ainda aguarda que os jornalistas questionem o ex-comandante do Exército,
general Pujol, por que autorizou um general para o cargo que não sabia nem o
que era o SUS.”
Resta saber qual a posição
desse grupo diante da lambança cometida por Pazuello à frente da Saúde e
suas sucessivas pisadas na bola, como a recente participação do general na
motociata da campanha pela reeleição. O que se diz é que Bolnosaro não quer a
punição do ex-ministro, ou será que esse é o desejo do tal Partido Militar?
E, assim como temos sido comandados por um ministério da Saúde paralelo durante a pandemia, está mais do
que na hora dos brasileiros saberem: afinal, quem manda nesse país?
Eliane Lima
ResponderExcluirCreio que qualquer resposta satisfaz a essa gente que bradou "volta ditadura" "pela volta dos militares" enquanto a China capitalista fazia um vírus para acabar com o bom governo do capitão...
Luiz Carlos Tavares
ResponderExcluirA sigla PM tem duplo sentido
Pois é, pior é que ele também está aparelhando as PMs dos estados...vide o que aconteceu no Recife
ExcluirO bozonaro é que não é.
ResponderExcluirCesar Pinho Dos Santos
ResponderExcluirMinha querida, este país não tem comando único. Se fosse assim, PM mandando, o país não estaria nesta bagunça. Quem acha que manda é bobo.
Manda o PCC, manda o CV, manda a máfia da saúde, manda a máfia agropecuária, manda a máfia do contrabando, manda a máfia do jogo, manda a CIA. Neste país da casa da mãe Joana (que me perdoe as Joanas) manda qualquer um. Pode ser que agora seja a vez do tal PM, que agrada aos fascistas. Amanhã, terá outro bola da vez.
Infelizmente vc está coberto de razão...O tal PM refere-se à crise da vez...
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