Polarização à vista

 


No que depender da avaliação da especialista em ciência política e opinião pública, Carolina Botelho, em 2022 as opções serão Lula e Bolsonaro. 

Sim, a popularidade do presidente despenca, embora ela ainda consiga manter uns 25% de apoio – 11% são os seguidores de raiz -, e a rejeição a Lula continue alta. Haveria algum espaço para uma terceira via, “mas onde está ela?”, questiona.

Pesquisadora do IESP e da UERJ, Botelho descreve  os seguidores de Bolsonaro a partir das pesquisas de opinião. Em 2018, havia um mosaico de homens pragmáticos e autoritários, liberais, do interior, evangélicos, que se dizem empresários – com de 2 a 5 salários mínimos e também de 5 a 10 -, e que rejeitam Lula.

“Hoje são pessoas que desprezam os acontecimentos e se mantêm fechados com o presidente. São neoempreendedores, donos de aplicativos, de pequenos comércios e evangélicos.” E militares, acrescento.

E há os de raiz, a favor de fechar o Congresso, o STF, anticomunistas, que culpam a China pela pandemia. Todos anti-Lula. “Ele tem o manejo dessa base e destina informações a ela. É uma aposta arriscada, que começa a se esgotar. Mesmo assim, Bolsonaro continua competitivo”, crê.

Ao mesmo tempo, crescem os descontentes com a economia, o desemprego, a falta de vacinas. “Ele fez tudo errado na pandemia”, observa. “Mesmo assim, na hora de votar a rejeição a Lula é maior”. 

E Bolsonaro tem na mão a caneta do orçamento, para distribuir de forma a angariar mais apoio, embora arraste a patética gestão da pandemia. 

Os evangélicos, por sua vez, já demonstraram que podem mudar de um governo para outro. O vice de Lula, José de Alencar, era evangélico. 

Na última pesquisa do Datafolha, Bolsonaro e Lula têm apoio equivalente dos evangélicos. Sendo o primeiro, dos neopentecostais. Ambos, por sinal, têm um pé nos evangélicos, outro nos católicos.

Outro fator é o papel das elites, não só financeiras, como de opinião. Botelho já havia constatado o quanto elas não têm um olhar corporativo e, mesmo quando se preocupam com o social, agem como se não tivessem nada a ver com isso.

Um exemplo atual são os endinheirados que viajam em seus jatinhos para Miami para se vacinar a si e à família.

Embora este seja o atual cenário, claro que ele pode mudar a qualquer momento. Botelho lembra um detalhe importante: Lula já começou a fazer suas costuras políticas. A campanha, porém, sequer começou. (Fonte: Canal Meio)

Comentários

  1. Luci Cunha de Siqueira
    Lula lá
    · Responder · 2 h
    Regina Celia Bezerra
    Quer se atualizar..é só ler essa matéria 🙌
    · Responder · 30 min
    Regina Celia Bezerra
    Lula precisa voltar e logo🙏

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  2. RICARDO PENELUPPI
    Conexão de 1º grau 1º
    manutenção residencial,pintura,elétrica, hidráulica etc...
    4 min
    Fora bolsonaro! Bolsocaro tudo caro! Chega ninguém aguenta mais essa má gestão economia e política!

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  3. não tenho força política e, pelo que vejo, o dois lados da questão são fiéis devotos e não deixam margem para mudança não. Mas dentro de meu mundo , todos os dias rezo ao restinho do "Deus brasileiro" e peço a Ele piedade, que não cheguemos a 2022 aprisionados por esta velha e déja vue polaridade...vamos ver

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