Eles passarão. Nós continuaremos

 


Emburrecemos. Voltamos atrás nos séculos. A conclusão é do filósofo e escritor italiano Domenico de Masi, referindo-se aos brasileiros. A causa desse retrocesso é uma só: “Neste momento, vocês estão nas mãos de um ditador”, defende o autor do célebre “O ócio criativo”. Ele lembra ainda que Mussolini, Hitler e Erdogan também foram eleitos.

“Esta ditadura reduz a inteligência coletiva do Brasil. Durante esta pandemia, Bolsonaro se comportou como uma criança, de um jeito maluco. Ou seja, o ditador conseguiu impor um comportamento idiota em um país muito inteligente. Porque é isso que fazem as ditaduras”.



Para de Masi, quando um país é comandado por líderes tacanhos “a tendência é o rebaixamento geral do nível cognitivo da sua população.” E ele explica o por quê. “Sob Bolsonaro, Damares, Araújo, Pazuello, Salles, Guedes & Cia, nos obrigamos a retomar debates passados, alguns situados na Idade Média, ou no século 19, como se fossem novidades.”

Entre eles, como se sabe, estão o terraplanismo, a resistência à vacinação e a medidas básicas de segurança sanitária, bem como “pautas morais entendidas como questões de Estado e descaso com o meio ambiente. Tudo isso remete a um passado que considerávamos longínquo.”

São questões que nos levam a recapitular antigos consensos, como se nada tivéssemos aprendido. “É como forçar cientistas a provar de novo a esfericidade da Terra ou a demonstrar a eficácia da vacinação. Ou defender, outra vez, a necessária separação entre Igreja e Estado, mais de 230 anos depois da Revolução Francesa”.

Na prática, tudo isso significa um desperdício de tempo e energia, como se vê nas discussões da CPI sobre a ineficaz cloroquina, “arrombando portas abertas séculos atrás na história da humanidade.”

Além da luta política para nos livramos o quanto antes dessa gente, de Masi propõe a luta individual “para não emburrecer”. Contra isso, o antídoto é a escrita, a leitura de bons autores, bons filmes e a interação com ‘pessoas normais’, para compensar a “barbárie das redes sociais”.

O fato é que não podemos nos deixar contaminar pela estupidez dessa minoria. Precisamos nos manter íntegros e fortes para a reconstrução do país. “Eles passarão. E estaremos aqui, para recomeçar”, profetiza.

PS: Ricardo Salles é carta fora do baralho! E melhor, aparentemente, para tirar o foco do envolvimento de corrupção do Planalto com a Covaxin!

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