Fogo se alastra no parquinho

Fogo no parquinho dos Bolsonaro. Tudo indica que seremos sacudidos pelo odor putrefato destampado pela Covaxin. Por trás do escândalo de corrupção, das milhares de mortes que poderiam ser evitadas age uma quadrilha encoberta por bandeiras verde-amarelas do autoritarismo. 

Ao que indicam os fatos, são estratégias para enganar os trouxas que ainda acreditam nos discursos incendiários de Bolsonaro.

As peças começam a se encaixar. Como diz Jânio de Freitas, não se trata apenas de saudosistas da ditadura a empurrar a democracia de volta ao abismo.

 “Ligações com milicianos, compras sucessivas de imóveis, facilidades ao desmatamento ilegal e ao contrabando de madeira, como ao garimpo ilegal e ao contrabando de ouro, negócios com cloroquina aqui e no exterior, desvio de dinheiro público em Câmaras, medidas para bloquear a ação legal das polícias, e mais e mais. Nada disso vem da índole autoritária: é bandidagem muito lucrativa”, disfarçada, ainda, pelo desdém à vacina.

Intenções golpistas da própria direita para afastar o presidente antes que seja tarde – leia-se, antes que volte a ocorrer a polarização Lula X Bolsonaro, ou que o presidente crie o caos diante de uma derrota eleitoral – circulam com força. 

Integra esse pacote a entrevista de Mourão a Roberto D’Ávila, os memes do vice vestindo as chuteiras ou, no sentido oposto, o aliado Arthur Lira declarando que a CPI é um erro, que falta circunstância para o impeachment, para deixar bem claro que nada tem a ver com essas subterrâneas movimentações.

Por quê só a Covaxin teve intermediação? Por quê Flávio Bolsonaro abriu à Precisa as portas do BNDES? Quem, a essas alturas, acredita que o escândalo “é (só) coisa do Ricardo Barros? Por que será que o operador teria sido escolhido a dedo, com a expertise adquirida já nos tempos de ministério da Saúde, com o desvio impune de R$ 20 milhões?

Cada vez fica mais claro que não se trata só da fachada do negacionismo, e sim de negociatas sujas. Imundas, aliás, porque ajudaram a dar cabo da vida de milhares de brasileiros.

Em breve teremos o depoimento do empresário Francisco Maximiano, da Precisa. E de Andréa, ex-mulher de Pazuello, que pode ajudar a trazer luz a esse obscuro filme de terror. 

E nesta quarta-feira será protocolado o super pedido de impeachment de Bolsonaro, reunindo os 121 documentos que repousam na gaveta de Lira. 

Acrescido também do escândalo da Covaxin e do barulho das ruas. O incêndio se alastra.