Mentiras do bolsonarismo

 

Quem são os bolsonaristas e o que defendem? 

Por ordem: o homem é superior à mulher; o branco é superior ao negro; toda sexualidade que não for hetero deve ser extirpada; polícia deve praticar na hora a execução sumária de quem julgar bandido; ter dinheiro daria o direito de fazer o que se deseja; os caprichos dos grupos superiores estão acima do direito coletivo da sociedade; a ciência deve ser negada.

Eles acreditam ainda na força da arma e a ela atribuem a manutenção de uma comunidade organizada. Defendem a violência do mais forte. São princípios que podem soar tão reacionários à maioria que seus defensores preferem apelar à mentira ao invés de assumir sua defesa abertamente. 

E assim surgem falácias, como, as armas são para defesa pessoal; ativistas dos Direitos Humanos não deixam a polícia trabalhar, a família está ameaçada. A derrota eleitoral, por sua vez, só pode ser explicada por fraude. A íntegra do pacote é batizada de ‘liberdade’. Quem acredita em tanta lorota?

Após por os pingos nos ‘iss’ no Canal Meio, o editor, Pedro Dória, compara o silêncio dessa tropa diante de atos xenófobos, misógenos e antidemocráticos às investidas da Gestapo para pegar um vizinho judeu. “É um fingir que não vê por considerar uma força de limpeza”, define.   

E assim o grupo mente. Descaradamente. Dória lembra que quando uma parcela da sociedade se descola da realidade, torna-se mais facilmente manipulável. “Não podemos deixar que esse movimento cresça mais do que já chegou”, clama. 

Frisa também que vivemos um momento histórico, crucial para os políticos e a sociedade abrirem mão de suas diferenças para lutar contra o inimigo comum, como já ocorreu, por exemplo, no Diretas Já.   

E nessa hora em que o país deveria investir todas as suas fichas em superar a crise sanitária, nos vemos obrigados a trabalhar contra a estratégia da mentira. 

Só o inquérito montado desde abril de 2020 para investigar as Fake News tem 1.023 páginas e segue aos trancos e barrancos. Cinco meses após pedir seu aprofundamento, o PGR – candidato à próxima vaga do STF- pediu seu cancelamento.

Como se sabe, a PF já confirmou a participação dos filhos no Gabinete de Ódio, além de parlamentares, empresários e influenciadores digitais. O foco maior são os ataques aos opositores ao governo. 

A liberação de acesso ao conteúdo pelo ministro Alexandre de Morais exala um fedor nauseabundo da dinâmica do clã e de seus asseclas. Até quando continuaremos reféns dessa minoritária turba tresloucada?

(Charge de Aroeira)