Partido Militar veio para ficar
Não é a primeira vez que falo aqui do Partido Militar (PM). Volto ao tema para alertar: ele veio para ficar. É o que sustenta o coronel Marcelo Pimentel, formado em 1987 na Aman, na reserva desde 2018.
Ao lado do general Santos Cruz, ele tem
sido uma das vozes de oposição ao presidente. E, do alto de seu conhecimento sobre
as entranhas militares, afirma que o PM pretende se manter no poder, "com
ou sem Bolsonaro".
O grupo a que Pimentel se refere é de militares formados na Aman nos anos 1970, contemporâneos do presidente. No primeiro mandato de Lula atingiram o generalato e chegaram ao comando do Exército no governo Dilma.
A maioria está na reserva. "Trata-se de um grupo
bastante coeso, hierarquizado, disciplinado, com características autoritárias e
pretensões de poder até hegemônicas. Sua finalidade é manter o poder
conquistado", diz ele à BBC.
Coronel da reserva Marcelo Pimentel |
A articulação do grupo teria começado a partir da insatisfação provocada pela Comissão da Verdade e pelo país ser governado pela ex-guerrilheira Dilma Rousseff. Eles teriam visto em Bolsonaro uma forma de conquistar o poder sem uma ruptura, como foi a de 1964.
E quem teria procurado Bolsonaro foi este grupo, o que explica o lançamento de sua candidatura na Aman, em 2014. "Em 2015, eu fui a uma formatura na Aman, e Bolsonaro era simplesmente o maior astro.
Como um camarada que tinha saído do Exército pela
porta dos fundos fora de repente convertido em mito?", pergunta-se.
Segundo Pimentel, a candidatura foi muito bem pensada e chegou-se a plantar nomes para vice como o de Magno Malta e do príncipe Luiz Phelippe de Orleans e Bragança, quando a decisão era entre os generais Mourão e Heleno.
Este último teria sido descartado
por conta de sua idade. Com a eleição de Bolsonaro, o passo seguinte, como se
sabe, foi ocupar a máquina pública com militares.
A indicação de Pazuello para o ministério
da Saúde teria sido uma espécie de erro de cálculo. O grupo acreditava que a
situação começava a ficar sob controle e não contava com as ondas
subsequentes do coronavírus.
Em 2022, Pimentel aposta como possibilidades de cabeças de chapa Mourão e Santos Cruz, este último com uma frente ampla que ele já começa a conquistar com seu discurso de oposição ao governo.
Talvez Bolsonaro já tenha farejado esse risco quando demitiu o general da Secretaria de Governo, em junho de 2019, assim como tem feito tudo para manter seu vice na geladeira.
Guina Araújo Ramos
ResponderExcluirOk. Só que esta possível chapa Mourão-Cruz é um espanto! Será que ganha voto? Bem, talvez ganhe na marra...
· Responder · Compartilhar · 17 min · Editado
Celina Côrtes
Guina Araújo Ramos Em princípio qq coisa parece melhor que Bolsonaro, mas voltar ao comando militar tb é um pavor!
Guina Araújo Ramos
ResponderExcluirOk. Só que esta possível chapa Mourão-Cruz é um espanto! Será que ganha voto? Bem, talvez ganhe na marra...
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Celina Côrtes
Guina Araújo Ramos Em princípio qq coisa parece melhor que Bolsonaro, mas voltar ao comando militar tb é um pavor! Aliás, na prática já é o que estamos vivendo...
Sergio Muylaert
ResponderExcluirA SOMBRA SEMPRE ASSOMBRA.
Arnaldo Moreira
ResponderExcluirConexão de 1º grau1º
EDITOR do Blog Arnaldo Moreira e do canal Blog do Arnaldo Moreira no YouTube.
1 h
Concordo
Rui Jorge Bender
ResponderExcluirA imagem das FFAA não está muito boa junto ao povo brasileiro. O Bozo contribuiu muito para isso com suas bravatas e ameaças de golpe.
Sochaczewski Jacques
ResponderExcluirSantos Cruz oposição? Ou é parte do próprio PM, que finge oposição enquanto é ele que já orienta Bolsonaro?
Jose Roberto Gomes
ResponderExcluirSim, as FFAA estão "por trás" das ações do Bolsonaro. Cuidemo-nos!!!
· Responder · Compartilhar · 14 h
Miriam Seabra
Nunca saíram do poder apenas espreitando para dar o golpe .