Dique contra o impeachment

 


Os escândalos que surgiram com a CPI da Covid, a perda de popularidade de Bolsonaro e o crescimento dos protestos de rua contra o governo já têm um efeito colateral: 

A próxima nomeação de Ciro Nogueira para a Casa Civil. Como diz o Antagonista, não se trata de mini reforma ministerial, e sim de um dique para conter o impeachment.

Até o titular da pasta, o general Luís Eduardo Ramos, foi pego de surpresa. Nesse mesmo embalo será recriado o ministério do Trabalho para alojar Onyx Lorenzoni, na retirada de uma costela da Economia. 

Se Paulo Guedes também foi pego de surpresa não se sabe, já que ele, que sempre reclama ao perder poder, festejou a mudança como capaz de criar empregos.

E a denúncia sobre as vacinas levada a Bolsonaro pelos irmãos Miranda não teria envolvido apenas Ricardo Barros, como o próprio Ciro Nogueira e Arthur Lira. O que ajudaria a entender por que – independente do seu grau de envolvimento – o presidente não levou a denúncia à PF, como prometeu.

O quadro está embutido no aumento do custo do Centrão, mesmo grupo tão demonizado em campanha por seu fisiologismo. Seria o cala boca geral, tanto aos mal feitos dos parlamentares quanto ao risco de Bolsonaro ser afastado. É o toma lá dá cá levado às últimas consequências.

Como se sabe, a Casa Civil corresponde ao coração do governo e o movimento coroa a participação do Centrão. Participação essa selada com o apoio de Arthur Lira à presidência da Câmara. 

Em maio de 2019, bolsonaristas fizeram atos contra o Centrão e o PSL – então sigla do presidente – rachou.

Graças a Lira não houve um vazio de poder, devidamente preenchido por seu grupo desde o início da pandemia. Nessa mesma época, o presidente da Câmara começou a aparecer em selfies com Bolsonaro como o candidato anti-Rodrigo Maia.

 Claro que nesse pacote estava embutida a promessa de ignorar os pedidos - agora 126 - de impeachment.

E o poder do parlamentar - em férias, em Alagoas - multiplicou-se ainda mais pelo comando do milionário orçamento paralelo e pela crescente influência de seu grupo.

 Vai ser muito difícil que Lira resolva abrir um processo de afastamento de Bolsonaro.


Comentários

  1. Seus textos deveriam alcançar o Brasil todo, como quem desenha para explicar.

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  2. Beatriz Coelho Silva
    Sonho de uma noite de verão achar que a popularidade do coiso esta baixa. Que vire realidade.

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  3. Andrea Ortiz

    É um cansaço conviver na pandemia e este País perdido em corrupção e negociatas. #ForaBolsonaro e sua gangue#

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  4. Maria Christina Monteiro de Castro
    Estamos salvos! Viva o Centrão!

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  5. Maria Lucena
    Como disse Gil do vigor o Brasil tá lascado olha isso Brasil oque vão dizer os bolsominios acho que o mito enganou vocês bolsominios

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  6. Pedro Ferreira S. Junior
    Gente, o Centrão é parte do Sistema Político. Ele não é exclusividade do Jair Bolsonaro. O Bolsonaro é um dos Populistas Safados, de que passou por lá. Negociou com esse tipo de gente. Eles não são influenciados pelo voto de opinião. Eles estiveram com TODOS os presidentes.

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  7. Pedro Ferreira S. Junior
    Vamos deixar de arrogância e idolatria. Em achar que seu Populista é melhor que o outro. Ele está acima de qualquer suspeita. Não tem nada errado com ele. Não! Políticos erram. Os erros influenciam tanto, quanto os acertos influenciam. Como o cidadão deve-se cobrar os erros, duramente. Sempre querer mais. Considerar os acertos mais como obrigação. Não vem com essa conversa fiada. O Bolsonaro é corrupto e se uniu com corrupto. A maioria são corruptos. Não tem ninguém 100% certo. Se o sujeito te vende isso. Ele faz isso, por que sabe que vc é trouxa.

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