Abaixo a venda do MEC!!!

 

Quem dá mais? Não se trata de uma feira livre que oferece frutas, legumes ou peixe fresco. E sim do Palácio Gustavo Capanema, ícone da arquitetura moderna brasileira, também conhecido como MEC. Localizado no Centro do Rio, foi sede do Ministério da Educação e Saúde Pública.

Não é de se espantar, porém, para esse governo que não dá a mínima para a Saúde e muito menos para a Educação e a Cultura, que o prédio, tombado pelo Iphan, está entre outros 2.236 imóveis que serão leiloados pela União. O anúncio está previsto para o próximo dia 27. Dá para acreditar?

A notícia assombrou a comunidade arquitetônica brasileira e internacional, que já se unem contra a criminosa iniciativa.

O processo de tombamento nº 375 – T48 foi aberto por Alcides da Rocha Miranda que, em correspondência de 3 de março de 1948, justificou assim a proposta: trata-se “da primeira edificação monumental, destinada a sede de serviços públicos, planejada e executada no mundo, em estrita obediência aos princípios da moderna arquitetura.”

Em 1935, Lúcio Costa foi encarregado pelo então ministro da Educação e Saúde Pública de Getúlio Vargas, Gustavo Capanema, de elaborar o projeto com Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Machado Moreira, Affonso Eduardo Reidy e Ernani Vasconcellos. A então jovem equipe teve a luxuosa consultoria de Le Corbusier, mestre da arquitetura moderna.

As inovadoras janelas brise en soleil, que refrescam naturalmente o ambiente

Mesmo sabendo que esse governo se lixa para tudo o que  remeta à Cultura e à Educação, como vender um imóvel que não tem preço? Como estimar um valor para um prédio que abriga o afresco “Jogos Infantis”, de Cândido Portinari, que costuma ser comparado à "Guernica" de Picasso? Isso sem falar em outros 14 painéis com afrescos do mesmo autor.

Como precificar os jardins-terraço de Burle Marx, ou as esculturas de Adriana Janacópulos, de Celso Antônio, Lipchitz e Bruno Giorgi, todas elas criadas para o palácio?

Assim como a vida tem sido desprezada por esse governo que trata a saúde como um item de segunda categoria, ou, melhor, como ferramenta para enriquecer incautos às custas da morte alheia, é preciso gritar em alto e bom som: o MEC não pode ser vendido porque ele é patrimônio do povo brasileiro!!!