Desponta a Terceira Via

 

A chapa está tão quente para Bolsonaro, agora que o TSE já tem como provar a participação de empresas na campanha de 2018 – da Havan à Madeiro, entre outras -, que o presidente ensaia uma mudança de tom em relação aos atos do 7 de Setembro. Sai o golpe e entra a liberdade de expressão. Para as fake news de seus apoiadores, bem entendido.

E, enquanto José Dirceu fornece munição ao presidente, ao defender que só existem dois poderes - o Executivo e o Legislativo, os únicos eleitos pelo povo -, avançam as alternativas da Terceira Via. A mais nova se chama Alessandro Vieira, um dos mais combativos senadores da CPI da Covid.

Eleito pelo Cidadania-SE, ele já tem até plataforma: a defesa da anticorrupção e do aumento do valor e do alcance da renda mínima, conforme explica no Globo.  

“Não sou representado pela permanência de Bolsonaro no poder ou pelo retorno de Lula, e sei que milhões de brasileiros têm o mesmo sentimento", ratifica Vieira.

O MDB, por sua vez, deve vir com outro expoente da CPI da Covid, a senadora Simone Tebet.

Outro nome, muito bem costurado, embora permaneça na surdina, é o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Segundo o Canal My News, Gilberto Kassab, presidente do PSD, dá como certa a escolha do candidato, já construído como a voz da pacificação e do bom senso .

Só que sua transferência do DEM para o PSD só deve ocorrer em novembro. Ambos sabem muito bem que assumir a candidatura precocemente significaria uma exposição ao bombardeio de Bolsonaro e seus minions.

E, caso a chapa Bolsonaro-Mourão seja de fato cassada pelo TSE, a presidência seria assumida por Augusto Lira. Só que o presidente da Câmara, como  se sabe, seria impedido pelos processos de que é alvo. De quem seria a vez então?

Caímos de novo em Pacheco. O presidente do Senado poderia permanecer três meses interinamente no cargo e convocar eleições. Como o prazo até o pleito de 2022 é exíguo, contudo, não seria surpresa se ele emendasse até lá.

E já daria tempo para mostrar aos brasileiros se tem, ou não, capacidade para exercer o cargo máximo da nação. 

De qualquer forma, soa como um bálsamo a possibilidade de ver o capitão sair de cena. Quem sabe até para trás das grades.