E se Bolsonaro renunciar?



Quem primeiro cantou essa bola foi César Maia, em entrevista ao Globo. Ontem o jornalista Pedro Dória fez coro no Canal Meio: e se Bolsonaro resolver renunciar?

Para quem tem demonstrado tanta fome de poder a hipótese pode ser considerada remota. Porém, não impossível.

Embora não seja dos mais bem dotados em matéria de QI, de bobo Bolsonaro não tem nada. Melhor do que nós, simples mortais, ele tem observado o cerco que se fecha ao redor de si e dos filhos, com grande chances de cadeia para todos.

Assim sendo, a perda do foro especial seria questão de vida ou morte para ele e para o clã, que a cada dia usufrui mais de suas rachadinhas em mansões mirabolantes e imóveis que jamais poderiam adquirir com seus próprios salários.

César Maia sinalizou com um pacto. De um lado, Bolsonaro abriria mão de concorrer às eleições de 2022. De outro, teria assegurada a sua liberdade e a dos seus. Dória foi mais longe.

Mesmo sabendo que por enquanto tudo não passa de fofoca, que já circula em Brasília, a ideia seria o capitão concorrer ao senado. Com isso, teria de se desincompatibilizar do cargo em 31 de março de 2022. Ou arriscar o 1º de abril.

Assim, Hamilton Mourão assumiria o comando, de uma certa forma, para alívio geral da nação e, sobretudo, dos militares. O atual vice nomearia um ministro da Economia capaz de virar o jogo em que nos afundamos. E a paz voltaria reinar.

Acrescento o comentário do historiador Daniel Aarão Reis, para quem o mais provável ("que corre por ai") seria o fim da reeleição o que impediria Bolsonaro de se candidatar. 

Enquanto isso, a esquerda se digladia. Provavelmente sob a batuta do marqueteiro João Santana, ex de Lula e Dilma, Ciro jogou m...no ventilador, ao acusar Lula de conspirar pelo impeachment de Dilma Roussef.

Foi o que bastou para ser alçado às manchetes de todo o país, entre os desaforos proferidos por todas as partes.

O que Dória propôs como um 'sonho' ganha curiosíssimos contornos, com as possíveis viradas no tabuleiro que se sucederiam. O próprio Mourão poderia vir como candidato de Centro-Direita, enquanto o segundo turno estaria sujeito à entrada em cena do PSDB, MDB, PDT, Podemos e Cidadania.

E para quem ainda sonha com o impeachment de Bolsonaro, o site Congresso em Foco joga uma ducha de água fria: segundo os cientistas políticos André Sathler e Ricardo Braga, o afastamento teria apenas 140 dos 352 votos necessários.

Comentários

  1. Daniel Aarão Reis
    Improvável. Possível é o que corre por aí: propor o fim da reeleição e não se candidatar por impedido, voltando em 26.

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  2. Cenário péssimo no meu ponto de vista, Mourão presidente substituindo Bolsonaro.

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    1. A máscara de salvadores da Pátria precisa cair. Gopistas!
      Trabalhadores em causa própria posando de bons moços. Inimigos da democracia.

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    2. Concordo, complicado, mas é a lei, o vice assumiria. Temporada de milicos no poder sem subterfugios. Mas acho que nao rola nada disso

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  3. Sou contra o impeachment. Bolsocaro tem que sangrar nas urnas, isso se não surgir uma das hipóteses de seu eventual afastamento que seria providencial.

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    1. Sim, mas o medo é ele se reeleger com os privilégios do cargo

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  4. M Christina Fernandes
    Essa tá difícil de comentar, costumo errar quando se trata de Bolsonaro, apostei que ele não teria a menor condição de se eleger e quebrei a cara. Acho que sua vaidade não vai deixar que ele renuncie.
    Quanto à m. no ventilador não acho que foi, sem ser da área jornalística, sem fontes de informação, sempre achei que Lula conspirou contra a Dilma. Afinal, ele um grande e competente político, ela não entende nada da política suja.

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    1. A m...no ventilador, acredito, são informações que ele de fato tem. Poucos têm a proximidade de Ciro para falar sobre esses bastidores. É lamentável que a esquerda se rache nessa hora que precisamos tanto de união contra Bolsonaro, mas é um retrato da realidade, não tem como fugir...

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  5. João Carlos Viegas
    Há um boato de que seria candidato a deputado. A senador teria muita exposição.

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    1. João Carlos Viegas Confesso q qq coisa que signifique afastamento do cargo máximo é um alívio, mas acho que ele não larga a rapadura

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    2. Celina Côrtes
      João Carlos Viegas Nunca governou. Só faz campanha

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  6. Sonia Benevides
    De boato a fake news a diferença está na intenção e na velocidade de espalhamento. Na verdade sabemos muito pouco sobre nosso país continental e até sobre nossa cidade. Vejo muitas opiniões que jamais tocam no peso do voto feminino agora que as mulheres são maioria não só em número quanto em escolaridade por exemplo.

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  7. Jamari França
    Se renunciar perde a imunidade, uma das causas de ele se agarrar ao poder e fazer campanha desde já é pq ele e filhos precisam da im(p)unidade.

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    1. Tem razão. É mesmo muito improvável, porque do que ele mais precisa é de imunidade. Sabe que está ferrado.

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  8. Maria Luisa Nabinger
    E vai perder as regalias?

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  9. Ricardo José Lopes Clemente
    Será que estamos virando um bando de bobonautas?

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