Racha no bolsonarismo

 

Apesar de todos os enroscos de Bolsonaro com milicianos, como Fabrício Queiroz e Adriano Nóbrega, o aparelhamento de Estado ainda não permitiu que a verdade viesse à tona.

Sabe-se, contudo, que a grande maioria das PMs do país obedecem ao presidente, e não aos governadores.

Quando se comenta à boca pequena que quem manda na PM do estado do Rio é Flávio Bolsonaro e que o governador Claudio Castro não passa de um fantoche, eis que começa a brotar um racha.

Assim como as forças contrárias a Bolsonaro também racham.

Após o presidente sancionar a lei que cancela o reboque imediato de motos e veículos sem placa – típica medida do crime para apagar rastros -, eis que deputados bolsonaristas começam a ameaçar as PMs que mantêm a prática.

O presidente, por sinal, chegou a participar de uma motociata em São Paulo, em junho, com uma moto com placa coberta por fita crepe. O olha que nem falo de rachadinhas...

O deputado e subtenente Bernardo, do PTB, foi um que postou nas redes ameaças de processar os comandantes que ainda insistam em manter o reboque desses veículos ilegais.

Com seu português claudicante, Bernardo convidou as ‘vítimas’ de reboques a lhe enviarem a documentação para que reverta a 'injusta' situação.  

E a bola da vez é o comandante do 26º BPM, coronel André Henriques de Oliveira.  

Apesar da possibilidade de leitura dúbia do artigo 14.229 do Código de Trânsito Federal, Oliveira e demais comandantes sabem muito bem que quem remove placa de veículos são os bandidos e milicianos.

Enquanto isso, parlamentares bolsonaristas transformaram esse tipo de infratores em seus currais eleitorais. Eles crescem a olhos vistos e passam a representar polpudas fatias de votos.

Ou seja, parte das PMs, antes bolsonaristas de carteirinha, começa a virar a casaca. Enquanto deputados bolsonaristas esperneiam para manter sua crescente fonte de eleitores.

Não é nada não é nada, já é alguma coisa. Visível conflito entre o bem e o mal. Resta saber quem vai levar a melhor no final dessa novela...